Projetos Expresso. Uma maior aposta na prevenção, assente no acompanhamento multidisciplinar dos pacientes e na taxação de alimentos ricos em sal e gorduras são algumas das medidas sugeridas pelos especialistas que marcaram o debate “Imunes: da alimentação ao colesterol e diabetes”, promovido pelo Expresso com o apoio da MSD

A problemática da incidência da diabetes e dos elevados níveis de colesterol que marcam o exame à saúde dos portugueses é uma realidade “há décadas”, garante Cristina Gavina. A diretora da Academia Cardiovascular defende que é preciso investir mais na prevenção e dar corpo à discussão que se tem vindo a arrastar ao longo dos anos, através da implementação de medidas que permitam mudar comportamentos de risco e, com isso, diminuir a prevalência de doenças cardiovasculares associadas. Se os especialistas, como Davide Carvalho, não têm dúvidas de que “é possível prevenir a diabetes”, mostram-se igualmente convictos de que a resolução do problema passa pela mudança dos valores e da organização da sociedade.

A discussão do segundo debate do ciclo “Imunes”, promovido pelo Expresso em parceria com a MSD, centrou-se no tema da alimentação e da sua importância no controlo e prevenção de patologias como a diabetes e o colesterol. Nesta conversa, moderada pela jornalista da SIC Notícias Rita Neves, participaram Cristina Gavina, cardiologista no Hospital de Matosinhos e diretora da Academia Cardiovascular; Francisco Goiana da Silva, professor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e consultor da Organização Mundial de Saúde; João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal; e Davide Carvalho, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo.

Conheça as principais conclusões do debate:

DIMINUIR OS FATORES DE RISCO

·         É urgente destruir mitos associados ao colesterol e à diabetes, deixando claro que a “alimentação saudável não é apenas não comer fast food”, exemplifica João Filipe Raposo.

·         Aumentar o número de horas de exercício físico nas escolas é essencial para reduzir a taxa de obesidade infantil em Portugal, uma das mais elevadas da OCDE.

·         Mudar comportamentos, alerta Cristina Gavina, não depende apenas da comunicação pública sobre comportamentos de risco, é importante dar “incentivos” para que as pessoas façam melhores escolhas.

·         Através de políticas nacionais e locais contínuas, os especialistas defendem que será possível alterar o modelo de funcionamento da sociedade, nomeadamente no que diz respeito ao transporte e ao trabalho, que roubam tempo à prática de exercício físico e pioram a forma como a população se alimenta.

PROFISSIONAIS DE SAÚDE MAIS RIGOROSOS

·         Para Cristina Gavina, o ganho de uma aposta na interdisciplinaridade entre nutricionistas, psicólogos ou cardiologistas é evidente e é um modelo que deve ser adotado e potenciado.

·         Por outro lado, a tolerância dos profissionais de saúde para desvios nos valores relacionados com o colesterol ou os níveis de açúcar no sangue, por exemplo, deve ser cada vez menor para incentivar os pacientes a alterar o comportamento

TAXAÇÃO MAIS EFICAZ

·         Ainda que seja apologista da política de taxação aos produtos alimentares menos saudáveis, Francisco Goiana da Silva alerta que a medida “não é uma bala de prata” e que é necessário canalizar as receitas obtidas para programas de prevenção e promoção da saúde.

·         A rotulagem nutricional simples e acessível é outra das medidas pedidas pelos especialistas, que acreditam não existir uma real liberdade de escolha no consumo de produtos saudáveis.

·         “A saúde é uma parte muito importante da economia”, sublinha Francisco Goiana da Silva.

 In “Expresso”