Entre 30 a 40 casos ocorrem por ano na Madeira com baixa taxa de sobrevida

 

Programa de Intervenção Precoce no Cancro Oral resulta de uma parceria entre o Serviço de Saúde e a Ordem dos Dentistas.

 

A Madeira regista entre 30 a 40 casos de cancro oral por ano. Esta é uma patologia com uma sobrevida extremamente reduzida, realidade que preocupa os responsáveis pela Saúde na Madeira, mais ainda porque este é, entre os cancros, o sétimo no indesejável ranking da causa de morte no País e 12.º no todo europeu. Na Região, ocupa a sexta posição.

 

Reunindo todos estes ingredientes, e no âmbito do slogan implementado, de “Promoção da Saúde, Prevenção da Doença”, foi ontem apresentado, formalmente, o Programa de Intervenção Precoce no Cancro Oral na Região Autónoma da Madeira, resultante de uma parceria entre o Serviço Regional de Saúde e a Ordem dos Médicos Dentistas.

 

Numa cerimónia que contou com a presença de Miguel Albuquerque, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, relevou que esta é mais uma medida de «um trajeto perfeitamente delineado, com uma estratégia inserida no rumo, que está perfeitamente traçado, até 2019, e não à custa de medidas avulsas». Rigor, respeito e responsabilidade, foram palavras vincadas, ainda, por Pedro Ramos, que enalteceu as valências das parcerias público-privadas. «FINALMENTE... O INÍCIO»

 

Pela Ordem dos Médicos Dentistas, Gil Alves suspirou com um «finalmente... o início», justificando que «há quatro anos que apresentámos este programa à tutela», endossando o mérito para Pedro Ramos por agora o concretizar, depois de a Direção Geral de Saúde, ao nível nacional, o ter já implementado, com sucesso. A este propósito, exalte-se que o secretário regional viria a realçar que sim, que «é um exemplo de sucesso no Continente que vamos replicar, agora, na Madeira».

 

Coube a Herberto Jesus, do IASAÚDE, a explicação técnica do processo. Na prática, os cuidados prestados no âmbito deste programa serão realizados nos serviços com competência nesta matéria, pertencentes ao Serviço de Saúde da RAM, bem como consultórios dos médicos estomatologistas e médicos dentistas com inscrição ativa nas respetivas ordens, com domicílio e exercício profissional na Região.

 

“Know how” à disposição dos Açores

 

Uma delegação da Madeira da área da Saúde está desde ontem nos Açores, onde irá permanecer até amanhã, no âmbito da cooperação entre as duas regiões. A comitiva é liderada por Pedro Ramos e integra Herberto Jesus, Tomásia Alves e Miguel Pestana. «Os dois serviços regionais de Saúde têm especificidades próprias, e o objetivo é consolidar protocolos existentes de forma a os potencializar, em articulação com o serviço nacional». O secretário regional da Saúde releva o que a Madeira poderá oferecer aos seus parceiros ilhéus: «Já temos algumas áreas bem desenvolvidas, entre as quais, saliento, as respostas às situações de exceção, que infelizmente tivemos que ganhar alguma notoriedade e alguma responsabilidade acrescida, bem como os primeiros programas de stop infeção, que de facto deu resultados excelentes, ao nível nacional estamos muito bem posicionados. Fomos um dos hospitais escolhidos para o projeto da Fundação Calouste Gulbenkian». Ou seja, «neste momento, a Madeira é um centro de treino nesta área [situações de exceção] e os Açores podem aproveitar este nosso “know how”», recordando que «estivemos em 2016 nos Açores, onde fizemos uma formação na resposta a situações de exceção para 200 profissionais». Nesse contexto, Pedro Ramos volta a disponibilizar os recursos regionais, frisando que desde então ficou o «interesse na realização de mais cursos, e não estamos só a falar de médicos e enfermeiros, e sim de todas as células da Proteção Civil».

 

In “Jornal da Madeira