O Serviço Regional de Saúde pretende implementar na Região o boletim de vacinas e o boletim de saúde infantil digitais.

O boletim de vacinas e o boletim de saúde infantil passarão a estar em formato digital na Madeira. O primeiro documento será generalizado a todo o país no decurso deste ano, como foi anunciado pelo presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, na passada semana, aquando a eHealth Summit, em Lisboa.

Já em relação ao segundo documento, existem já experiências relativas ao denominado “eBoletim de Saúde Infantil” na Unidade Local de Saúde Baixo Alentejo, que será também generalizado. A pretensão do Governo Regional é ter também em formato digital este documento tão importante para o acompanhamento da saúde da criança desde o nascimento. O prazo inicialmente estabelecido seria no primeiro semestre deste ano, mas como o secretário regional está a desenvolver vários esforços para a reforma de toda a estrutura informática do SESARAM, tendo já mantido várias reuniões no Ministério da Saúde e nos serviços partilhados para esse fim. Com efeito, a prioridade será modernizar o sistema informático do Serviço de Saúde da Região, o que poderá atrasar ligeiramente a entrada em funcionamento do eBoletim de Saúde Infantil.

Mas, valerá a pena, uma vez que a reforma da estrutura informática do serviço público «será determinante para a melhor interoperabilidade destes dois projetos, o boletim de vacinas e o de saúde infantil».

Estas informações foram prestadas ao JM pela vice-presidente do IASAÚDE, que explicou ainda que, no caso dos boletins de vacinas, estes vão passar a ser digitais para a globalidade da população até ao fim do ano, o que irá permitir o registo eletrónico e a possibilidade a qualquer médico aceder à vacinação de um utente em todo o Serviço Nacional de Saúde.

A Madeira não ficará atrás neste processo. Aliás, já está até à frente. Isso porque, e como adiantou Ana Clara Silva, o SESARAM conta já com «um processo integrado de informação das vacinas, como o calendário de vacinas, que já pode já pode ser partilhado da maneira como está na plataforma de dados da saúde».

Ou seja, a informação referente ao boletim de vacinas já está informatizada e partilhada no serviço público. A Madeira vai acompanhar e adaptar o projeto nacional referente ao boletim de vacinas digital, em que haverá a possibilidade de consulta também no setor privado e, mais tarde, através da plataforma de dados da saúde do setor internacional, disse Ana Clara Silva.

«Fruto do seu próprio sistema de informação da unidade de saúde, o SESARAM já tem capacidade de pôr uma informação relativa ao seu calendário de vacinas, na aplicação do SESARAM, e por conseguinte, na plataforma de dados da Saúde. Portanto, há aqui quase uma antecipação àquilo que pode vir a ser depois o boletim de vacinas digital. A visualização e a interação serão diferentes, mas já há essa prática de partilha de informação. Vamos acompanhar até porque os documentos vão existir ou num formato ou noutro». Da parte do utente, os pais da criança poderão optar por ter o boletim de vacinas em formato papel ou digital, esclareceu ainda.

 Ana Clara Silva também explicou que quer o boletim de saúde infantil quer o boletim de vacinas terão o propósito digital. Mas, este último documento, «pela sua importância em matéria de sanidade internacional, vai obrigar sempre a uma partilha informática»

Dados acessíveis em qualquer centro

O anúncio de que os boletins de vacinas passarão a ter um formato digital até ao final do ano foi avançada no Portugal eHealth Summit, que decorreu na semana passada em Lisboa. Segundo o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o boletim digital de vacinas vai ser generalizado até ao fim do ano, com as vacinas a integrarem um registo vacinal nacional eletrónico. Desta forma, qualquer médico ou enfermeiro poderá aceder às vacinas dos utentes em qualquer unidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Numa urgência, por exemplo, pode ser fundamental um médico saber se o doente tem a vacina do tétano em dia, exemplifica o presidente dos SPMS, Henrique Martins. Os utentes também podem aceder às suas vacinas através da área do cidadão do portal do SNS. Outra vantagem é a de possibilitar que o utente faça a sua vacina em qualquer centro de saúde do país. O registo vacinal digital já está a ser aplicado a cerca de 100 mil doentes portugueses, numa experiência no Litoral Alentejano.

 

Paula Abreu

In “Jornal da Madeira”