Dados provisórios divulgados esta sexta-feira referem 18 novas infeções por 100 mil habitantes. Reclusos e toxicodependentes somam melhoras significativas

 

O diretor-geral da Saúde, Francisco George, tinha razão quando no final do ano passado garantiu que as estimativas da Organização Mundial da Saúde sobre a tuberculose em Portugal estavam erradas. Os dados provisórios divulgados esta sexta-feira indicam que há 18 novas infeções por 100 mil habitantes e não 23 como os especialistas internacionais haviam referido e que colocavam o país no topo da 'lista negra' na Europa Ocidental.

No Dia Mundial da Tuberculose, assinalado esta sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde salienta que a incidência de tuberculose em Portugal em 2016 traduz uma nova redução na evolução da doença, já que em 2015 foram registados 19,2 casos por 100 mil habitantes. Na nota enviada, é adiantado que "18% dos casos de tuberculose notificados em 2016 ocorreram em doentes nascidos fora do país" e destacada a "redução dos casos entre a população prisional e a população consumidora de drogas".

VACINA BCG SÓ PARA CRIANÇAS DE RISCO

A infeção tem vindo a ficar abaixo da 'linha vermelha' – 20 doentes por 100 mil – desde 2000, permitindo que os especialistas nacionais alterassem o esquema de vacinação. O novo programa universal de vacinas, em vigor desde o início do ano, deixou de incluir a imunização com BCG para todas as crianças, limitando-a a crianças em comunidades de risco, sobretudo nas áreas suburbanas do Porto e de Lisboa onde a circulação do bacilo tende a ser mais frequente.

Os resultados animadores conseguidos no ano passado têm, ainda assim, um senão: "Portugal continua a ter uma das mais altas taxas de co-infeção tuberculose/VIH da Europa Ocidental."

Vera Lúcia Arreigoso

Fonte: Expresso