Em 2001, 90,1% da população adulta consumia bebidas alcoólicas, em 2012 o número baixou para 45,7%

A Madeira apresentou os melhores indicadores do País ao nível das prevalências do consumo de álcool.

 

O consumo de bebidas alcoólicas baixou significativamente na Madeira, segundo o relatório anual sobre a situação do País relativamente a essa realidade, apresentado esta semana pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

 

Ao nível da população geral adulta, o documento dá conta A população adulta jovem madeirense é maioritariamente abstinente, revela o relatório. que a prevalência do consumo desde 2001 até 2012 baixou drasticamente na Madeira, que apresentou os melhores indicadores ao nível nacional. Com efeito, em 2001, a prevalência de consumo alcoólico na Região era de 90,1%, em 2007 estava nos 63,7% e em 2012 baixou para 45,7%.

 

Na extensa análise que o relatório anual faz da realidade do consumo de bebidas alcoólicas em Portugal, foi também a RAM a zona do País que, em 2012, apresentou as prevalências mais baixas, nomeadamente 7,4% de consumidores recentes e 34,4% consumidores correntes, na população total (15 a 64 anos). Neste nicho da população, 54,3% são abstinentes, ou seja, nunca consumiram. Já em 2007, também foi a Madeira que apresentou as prevalências de consumo mais baixas.

 

Na análise referente à população jovem adulta (15 a 34 anos), os dados são animadores, como analisou ao JM o responsável pela Unidade Operacional de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (UCAD), que integra o IASAÚDE, na tutela da Secretaria Regional de Saúde.

 

Com efeito, 59,8% da população nessa faixa etária é abstinente, destacando-se assim a Madeira como uma das regiões com prevalência de abstinentes acima das médias nacionais. Nesta linha, estão ainda os Açores e o Algarve.

 

Nélson Carvalho entende que estes resultados revelam que as políticas que têm sido seguidas pela SRS, através do IASAÚDE e da UCAD, têm sido acertadas. A prevenção é, de facto, a melhor forma de combater as dependências. O responsável enaltece ainda o papel de todos os parceiros públicos e privados que têm trabalhado com a UCAD, reconhecendo ainda que a comunidade madeirense tem tido também «um papel muito importante» nos resultados positivos obtidos.

 

Saliente-se ainda que o relatório sobre o consumo de álcool inclui dados referentes a um inquérito realizado em 2015 junto de jovens de 18 anos, no Dia da Defesa Nacional, que participam neste dia nos quartéis. Em termos de prevalência na embriaguez e no binge (consumo de cinco ou seis bebidas na mesma ocasião), a Madeira apresentou os melhores indicadores do País com exceção do consumo de bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses em que se situou em segundo com a região Norte. 

 

Madeira tem das mais baixas percentagens do País

 

 3,2% usam drogas ao longo da vida

 

O SICAD divulgou esta semana o relatório sobre “A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências”, sendo que a Madeira voltou a apresentar, à semelhança do consumo do álcool, os melhores indicadores nacionais para a população geral (15-64 anos) e jovem adulta (15-34 anos). No primeiro nicho, saliente-se que em termos de prevalências de Consumo ao Longo da Vida, a Madeira registou 3,2%, enquanto, por exemplo, os Açores, atingiram os 10,6%. Na população jovem adulta madeirense, a prevalência situou-se nos 6,2%, enquanto nos Açores ultrapassou os 15%.

 

Já nas Prevalências de Consumo nos Últimos 12 Meses, a Madeira situou-se em termos globais adultos nos 1,6%, sendo que no caso concreto do consumo de canabis nos últimos 12 meses, a Região teve a mais baixa taxa do País. Em outras drogas, a Madeira ficou em penúltimo lugar. O SICAD divulgou ainda um relatório que aborda a descrição das respostas das intervenções nos comportamentos aditivos e dependências, estando também incluídas as atividades desenvolvidas pelo IASAÚDE, através da UCAD. É também de fazer referência ao facto de a Madeira ter sido a terceira região do País que alcançou mais crianças e jovens abrangidos por programas de prevenção.

 

Houve «um maior envolvimento institucional a verificar-se nas Regiões de Lisboa e Vale do Tejo (27%), no Norte (25%) e na Madeira (24%), ainda que quanto ao grupo de jovens abrangido, este tenha maior dimensão na Madeira (41%), no Norte (24%) e na Região de Lisboa e Vale do Tejo (20%)», lê-se no relatório.

 

Paula Abreu

 

Fonte: Jornal da Madeira