Em 2016, o Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE) reembolsou mais de sete milhões de euros aos beneficiários do Serviço Regional de Saúde e da ADSE. Para os primeiros, foram mais de três milhões (3.103.356,11 euros) e para os segundos, mais de quatro milhões (4.152.678, 60 euros).

Aos valores em causa, a que o JM teve acesso, acrescente-se que só em novembro foram pagos 328.846,14 euros ao nível da ADSE e 334.901,27 euros ao nível do Serviço Regional de Saúde.

 

Nos primeiros 15 dias de dezembro daquele ano, foram pagos 156.929,63 euros (ADSE) e 144.828,06 euros (SRS). Foram passados pelos funcionários do IASAÚDE um total de 156.710 recibos (94.599 para o SRS e 62.111na ADSE).

 

O JM esteve aos balcões do IASAÚDE, na Rua das Pretas, onde, segundo utentes daquele serviço, a fila para o atendimento tem sido cada vez maior, deixando o espaço completamente repleto de gente. No entanto, à hora da nossa passagem pelo local e provavelmente por estarmos em início de ano, o atendimento nem era muito demorado, sendo que a espera era de 3 a 4 números. Ao nosso jornal, os utentes diziam não notar qualquer atraso no pagamento dos reembolsos mas alertavam-nos que estavam ali por valores pequenos (como consultas).

 

«Já ouvi falar que valores maiores estão a demorar mais. No entanto, venho por consultas e em poucos dias o dinheiro tem caído na minha conta», disse-nos Maria Faria, a qual recusou-se a ser fotografada. Esta utente diz que, «infelizmente, frequento o IASAÚDE com muita assiduidade.

 

«Sou doente, e nunca tive atraso nos pagamentos». Agora, «é óbvio que tem dias que desespero pelo atendimento. Perco toda a hora de almoço», acrescentou.

 

António João, utente também daquele serviço, sublinhou que nunca precisou de receber grandes valores. «Tudo o que gastei foi dinheiro em consultas. Logo, sou reembolsado praticamente no imediato. Recebo pouco mais de oito euros», referiu-nos, sublinhando desconhecer sobre se tem notado atrasos nos pagamentos de algumas comparticipações ao nível do setor da Saúde. André Francisco, por seu lado, disse que em 2016 nunca foi aos reembolsos. «Tive um ano saudável», gracejou. Agora, em 2017, apanhou «uma gripe daquelas» que o fez ir à cama. «Vamos a ver quanto tempo esperarei pelos cerca de 8 euros», afirmou.

 

Mais tempo para casos complexos

 

Contactado pelo JM, o Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE) mantém o que disse, através de esclarecimento emitido no último dia 29 de dezembro. Os reembolsos referentes a “pequenos valores” estão a ser cumpridos no prazo de 15 a 30 dias. Nestes, incluem-se consultas médicas, tratamentos dentários, exames imagiológicos e cirurgias em ambulatório no valor inferiora 750 euros, entre outros. Já no que se refere aos cuidados de elevada complexidade clínica, que requerem a análise detalhada de acordo com instrumentos de referência normalizados, o pagamento das verbas a que os utentes têm direito pode estender-se por 150 dias. Os processos de consulta são «mais morosos e os pagamentos podem variar consoante a complexidade do cuidado de saúde, entre 30 a 150 dias», alerta o IASAÚDE. Nestes incluem-se, conforme acrescenta a nota emitida no antepenúltimo dia do ano transato, medicina física e reabilitação, lentes e armações, cirurgias e outros.

 

Carla Ribeiro

 

Fonte: Jornal da Madeira