João Faria Nunes considera ser o projeto um «imperativo regional»

O acesso aos centros de saúde e ao hospital, a qualidade dos cuidados prestados e mais eficiência com os recursos disponíveis são prioridades.

O secretário da Saúde da Madeira disse ontem, ao intervir na apreciação na generalidade do Orçamento e Plano da RAM para 2017, que o novo hospital do Funchal é «imperativo regional que necessita de solidariedade nacional». João Faria Nunes apontou a construção da nova unidade hospitalar como uma das prioridades do OR2017 (a sétima grande

 

medida), sublinhando que «pretende-se que seja tecnologicamente mais inovador, facto que contribuirá para adequar a oferta de cuidados de saúde às necessidades da Região».

 

Adiantou que o Governo Regional inscreveu no OR2017 as verbas necessárias para a conclusão do projeto de execução do novo hospital e para expropriação (3,7 milhões de euros),mas alertou que esta infra-estrutura «não é panaceia universal para os problemas do Sistema Regional de Saúde», isto embora seja «estruturante e decisivo para uma melhor organização dos serviços».

 

Contudo, o secretário regional disse que «a Região aguarda que o apoio nacional se materialize, conforme o compromisso assumido pelo Governo da República».

 

O projeto do novo hospital tem um custo estimado de 340 milhões de euros, tendo sido anunciada a comparticipação de metade do valor pelo Executivo da República em sede de Orçamento do Estado (OE) para 2017. No entanto, não há nenhuma verba específica inscrita no OE para a obra, o que motivou o comentário de Faria Nunes de que «50% de zero é zero».

 

«O futuro hospital será construído em território nacional. Não será só dos madeirenses. Será uma unidade de saúde portuguesa», realçou.

 

Disse ainda que «até à construção do novo hospital, é decisivo assegurar obras de manutenção urgentes» no atual Hospital Dr. Nélio Mendonça, nos blocos operatório central e de Obstetrícia, estando previstas também intervenções no Hospital dos Marmeleiros.

 

João Faria Nunes apontou três grandes prioridades para a área da Saúde: o acesso aos centros de saúde e ao hospital, a qualidade dos cuidados prestados e mais eficiência com os recursos disponíveis.

 

Segundo o governante, foi implementado um novo modelo de organização dos centros de saúde no arquipélago, foram lançados novos planos de saúde oral e de saúde mental e no próximo ano entrará em funcionamento um centro de atendimento ao utente à distância (‘tele-saúde’).

A partir de janeiro e para informar os utentes

 

Lista de espera para cirurgias será divulgada a cada três meses

 

O secretário regional da Saúde disse ontem que o controlo das listas de espera, nomeadamente para cirurgias, é uma das grandes medidas em 2017.

 

Respondendo a críticas da oposição de que a lista de espera para cirurgias é na ordem dos18 mil doentes, Faria Nunes realçou que está decorrer a «reclassificação das cirurgias de acordo com as regras nacionais, através de expurga administrativa e clínica».

 

Assim, anunciou que a lista será «tipificada e divulgada» a cada três meses, já a partir de janeiro, o que vai permitir «pôr fim a especulações políticas e ao uso deste tema como mera arma de arremesso político».

 

Destacou também a «forte aposta na cirurgia de ambulatório», num investimento que permitirá à Região ter um dos melhores ambulatórios do País.

 

Quanto às lacunas de recursos humanos, Faria Nunes recordou que «entraram 153 novos enfermeiros que cobriram as necessidades hospitalares mais urgentes», e a área médica «foi reforçada com 27 médicos de várias especialidades».

 

O Orçamento Regional para 2017, num total de 1.665 milhões de euros, afeta 851 milhões (51%)às funções sociais, dos quais 387milhões (23,3%) estão reservados para a área da Saúde, o que representa um aumento de 11,8% em comparação com 2016.

  

Fonte: Jornal da Madeira