A alimentação das crianças em idade escolar que comem produtos com maior densidade energética, como bolos, é cerca de 80% mais barata, embora mais prejudicial para a saúde, indica um estudo da Universidade do Porto.

 

A densidade energética (relação entre a energia por unidade de peso - uma quilocaloria equivale a um grama) é considerada “um indicador da qualidade da alimentação e, quanto mais reduzida for, mais fácil é controlar o peso, contribuindo assim para uma melhor saúde”, disse à Lusa a investigadora Patrícia Padrão.

Este é um dos resultados de um trabalho desenvolvido pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), com o objectivo estimar a densidade energética e avaliar como esta se associa com o custo da alimentação em crianças portuguesas.

Considerando que os alimentos com “elevada densidade energética tendem a ser nutricionalmente mais pobres, os alimentos de baixa densidade energética fornecem mais nutrientes em relação à energia”, explicou a professora

É o caso das carnes magras, do peixe, dos produtos lácteos com baixo teor de gordura, dos cereais integrais, dos produtos hortícolas e da fruta.

Produtos de pastelaria, charcutaria e grande parte das opções de ‘fast food’ são alimentos ricos em gordura e açúcar, devendo por isso ser evitados.

“As dietas de baixa densidade energética e nutricionalmente ricas têm sido associadas a um menor ganho de peso e menor ocorrência de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro”.

 Neste que é o Dia Nacional da Prevenção da Obesidade, Pedro Moreira, também investigador da FCNAUP, referiu que, de um modo geral, “a obesidade é, na esmagadora maioria das vezes, o resultado do que escolhemos para comer e beber e, muitas vezes, a culpa incide sobre alimentos gordos e/ou açucarados, com elevada densidade energética”.

 

 Fonte: Diário de Notícias