Uma classificação amplamente aceite, baseia-se nos efeitos sobre o Sistema Nervoso Central, e consequentemente, sobre o cérebro e o restante organismo. Podem classificar‐se como:
Depressoras
Diminuem ou inibem a atividade do sistema nervoso central, reduzindo a capacidade intelectual, de atenção, de concentração e a tensão emocional.
São exemplos: Álcool, opiáceos (heroína, morfina…), fármacos sedativo‐hipnóticos (benzodiazepinas, barbitúricos), GHB e substâncias voláteis (inalantes).
Estimulantes
Aumentam a atividade mental. Afetam o sistema nervoso central, ampliando o estado de alerta e a aceleração dos processos mentais.
São exemplos: Anfetaminas e derivados, cocaína e crack, nicotina, cafeína e Popper.
Perturbadoras
Substâncias que afetam a percepção, provocando distúrbios no funcionamento do Sistema Nervoso Central. Conduzem ao aparecimento de alucinações e delírios, perturbam o pensamento e as percepções sensoriais, e podem provocar hiperestesias e ilusões de movimento.
São exemplos: Mescalina, LSD, DMT, Ecstasy (MDMA), PCP, medicamentos anticolinérgicos, cogumelos mágicos.
Algumas substâncias psicoativas partilham as propriedades de estimuladora/perturbadora, como o ecstasy ou depressora/perturbadora como a cannabis.
Há dezenas de espécies de cogumelos mágicos com efeitos alucinogéneos ou psicadélicos.
Podem dividir-se em dois grupos:
- Os que contêm a psilocibina ou a psilocina como substância psicoativa;
- Os que contêm muscarina, como o Amanita muscaria.
Existe ainda um terceiro grupo, que parasita algumas espécies vegetais, conhecido como a cravagem do centeio, precursor do LSD, substância sintética abordada noutro local.
A distribuição dos cogumelos é generalizada por todo o mundo, nomeadamente na Europa. É fácil confundir os chamados cogumelos mágicos com outras espécies não alucinogéneas, nomeadamente algumas venenosas. Uma parte dos cogumelos mágicos consumidos com intuitos recreativos é proveniente de cultivo próprio para esse fim.
Um grupo de fármacos relacionados e usados primordialmente como sedativos/hipnóticos, relaxantes musculares e antiepiléticos. Algumas Benzodiazepinas são usadas indevidamente em combinação com o álcool ou na dependência de opióides. Mesmo em doses terapêuticas, a interrupção abrupta destes fármacos induz uma síndrome de abstinência até 50% das pessoas tratadas durante seis meses ou mais.
São um grupo de fármacos depressores do sistema nervoso central derivados do ácido barbitúrico. Podem dar lugar a uma forte dependência, quer sejam usados por via oral, quer intravenosa. Esta dependência carateriza-se por uma importante redução da actividade inteletual, irritabilidade, agressividade e perturbações da personalidade. A sua abstinência causa ansiedade, crises de pânico, estado confusional e surtos de delírio.
Grupo de substâncias psicotrópicas estimulantes de origem sintética. Os sinais e sintomas sugestivos de intoxicação por anfetaminas incluem taquicardia, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial, hiperreflexia, sudorese, calafrios, anorexia, náusea ou vómito, agressividade, hipervigilância, agitação e perturbação do juízo crítico. O uso crónico em geral induz alterações da personalidade e do comportamento tais como, impulsividade, agressividade, irritabilidade, desconfiança e psicose paranóide.
É um estimulante sintetizado em laboratório, proveniente da folha do arbusto Erytroxylon coca. Esta substância age na comunicação entre os neurónios, prolongando a ação de outra substância, a dopamina. A cocaína pode ser consumida de várias maneiras, mas a mais comum é aspirada, já que normalmente apresenta a forma de pó. O efeito dura de 20 a 30 minutos e é seguido de irritabilidade, cansaço e depressão. O uso em altas doses pode provocar alucinações, agitação, extrema paranóia e agressividade. A quinina, uma substância que pode estar misturada com a cocaína, pode levar à cegueira irreversível. Mesmo o uso moderado desta substância é perigoso devido ao alto risco de falência do coração que ela provoca. Infeções sanguíneas, pulmonares e coronárias também estão na lista de consequências do uso contínuo da cocaína.
É um estimulante leve do sistema nervoso central, um vasodilatador e um diurético. A cafeína é encontrada no café, chá, chocolate, guaraná, coca- cola e outros refrigerantes.
É uma planta cujo nome científico é Cannabis Sativa. A substância ativa responsável pelos efeitos no organismo é o THC ou tetrahidrocanabinol. A cannabis pode ser ingerida juntamente com alimentos ou bebida em forma de chá, mas a principal forma de consumo é a fumada. Os seus efeitos dependem da quantidade utilizada, afetando a coordenação motora e a memória. A contínua exposição ao fumo tóxico pode ocasionar diversos problemas de saúde, incluindo diversos cancros no aparelho respiratório.
Substância derivada do ópio. Além de ser extremamente nociva ao organismo, a heroína causa rápida dependência física e psíquica. Age como um poderoso depressor do sistema nervoso central. Pode ser inalada ou fumada, mas normalmente é injetada. O consumidor fica sedado, com dificuldades na fala, a boca seca e as pupilas muito contraídas. Em combinação com outros depressores, como o álcool, o risco de overdose aumenta consideravelmente. O uso constante desta droga resulta em abcessos na pele, infeções no coração, doenças no fígado, surdez, cegueira, delírios, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até morte. Se for consumida na forma injetada, pode causar necrose (morte dos tecidos) das veias. O corpo perde também a capacidade de controlar a temperatura, e o consumidor passa a sentir calafrios constantes. O estômago e o intestino ficam completamente descontrolados, o que causa vómitos frequentes, diarreias e fortes dores abdominais.
Principal substância psicoativa do tabaco. Pode ser inalada do fumo do tabaco ou como tabaco de mascar, rapé ou goma de mascar. A nicotina é rapidamente absorvida através dos pulmões e chega ao cérebro em segundos. Devido ao seu rápido metabolismo, os níveis cerebrais de nicotina caem rapidamente e o fumador sente um desejo intenso (craving) de mais um cigarro, 30-45 minutos depois de fumar o último. Sente ainda, irritabilidade, ansiedade, raiva, dificuldade de concentração, aumento do apetite, diminuição da frequência cardíaca e, por vezes, dor de cabeça e perturbações do sono. O uso prolongado do tabaco pode resultar em diversos cancros, em doenças cardiovasculares, em bronquite crónica, em enfisema pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e outros transtornos físicos.
Droga sintética ilícita com efeitos estimulantes e alucinogéneos, apresenta-se sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Tem como princípio ativo o metilenodioxidometaanfetamina (MDMA). Os efeitos colaterais incluem espasmo do maxilar, náuseas, cólicas, visão turva, paranóia, depressão e reações musculares. O maior perigo desta SPA é o aumento da temperatura do corpo, que causa febre alta e desidratação, o que pode resultar em ataque cardíaco e falência do fígado e dos rins.
Substância psicoativa obtida a partir do aquecimento do pó da cocaína juntamente com amónia, bicarbonato de sódio e água. Tem o aspeto de uma pequena pedra de sabão cristalina podendo ser fumada ou injetada. Devido ao seu efeito rápido, os indivíduos consomem novas doses para voltar a sentir euforia e sair do estado depressivo. O uso constante dessa SPA provoca agressividade, comportamento paranóico, depressão, alucinações e, em pouco tempo, pode causar paragem cardíaca e a morte.
metilenodioximetanfetamina (MDMA) = ecstasy
Conhecido como ecstasy líquido, o GHB é sedativo e esteróide anabolizante. Normalmente, o GHB é encontrado como pó ou diluído em água, não tem cheiro e quase nenhum gosto (sendo também conhecida como “droga da violação”). Interfere na fala, na coordenação motora, causa náuseas e vómitos. O GHB induz o sono e em combinação com outras drogas, principalmente o álcool, pode resultar em coma ou morte.
Abreviatura de dietilamina do ácido lisérgico. O LSD é um alucinogéneo consumido normalmente dissolvido em pedaços de papel muito pequenos, chamado “pontos”, e pode ser encontrado até mesmo em cápsulas. Esta droga provoca euforia, distorções visuais e sensitivas, desorientação, náuseas e tremores. Pode também causar o que os consumidores chamam de “bad trip” (má viagem), e/ou “flashbacks”.