Glossary

abcesso

Acumulação localizada de pus num tecido em consequência de um processo inflamatório.

abstinência

Privação voluntária do consumo de substâncias psicoativas. Não confundir com “síndrome de abstinência”.

abuso de substâncias psicoativas

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV), trata-se de uma utilização recorrente de uma ou mais substâncias psicoativas (SPA), resultando na incapacidade em cumprir obrigações importantes no trabalho, na escola ou em casa, as quais podem traduzir-se em problemas físicos, legais, sociais e ou interpessoais, causados ou exacerbados pelos efeitos das substâncias. 

agonista

Um fármaco que imita o efeito de neurotransmissores ou outras moléculas endógenas, ou seja, produz efeitos semelhantes aos de uma substância, por exemplo: a metadona é um agonista semelhante à morfina nos recetores de opióides.

álcool

É uma substância psicoativa (SPA) legalizada e comercializada na sociedade. O principal componente das bebidas alcoólicas é o etanol ou álcool etílico. Tem uma ação depressora no sistema nervoso central, afeta a coordenação motora, capacidade de julgamento, cria dependência, a qual pode causar problemas ao nível individual, social, laboral e legal.

alcoólico

Indivíduo que sofre de alcoolismo.

alcoolismo

Abuso de bebidas alcoólicas. Estado mórbido causado pelo abuso destas substâncias.

alucinação

É a perceção real de um objeto que não existe, ou seja, são perceções sem um estímulo externo.

alucinogéneo

Substância natural ou sintética que atua no Sistema Nervoso Central,  provocando distorções dos sentidos, afetando a concentração, os pensamentos e a comunicação. A sua utilização para fins recreativos oferece sérios riscos.

Amanita Muscaria

O Amanita muscaria, conhecido como agário-das-moscas ou mata-moscas (em Portugal também como rosalgar, mata-bois ou frades-de-sapo ) é um fungo basidiomiceto natural de regiões com clima boreal ou temperado do hemisfério norte. Possui propriedades psicoativas e alucinógeneas em humanos.

analgesia

Insensibilidade à dor.

analgésico

Uma substância que reduz a dor e pode ou não ter propriedades psicoativas.

Anfetaminas

Grupo de substâncias psicotrópicas estimulantes de origem sintética. Os sinais e sintomas sugestivos de intoxicação por anfetaminas incluem taquicardia, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial, hiperreflexia, sudorese, calafrios, anorexia, náusea ou vómito, agressividade, hipervigilância, agitação e perturbação do juízo crítico. O uso crónico em geral induz alterações da personalidade e do comportamento tais como, impulsividade, agressividade, irritabilidade, desconfiança e psicose paranóide.

ansiolíticos

São os medicamentos capazes de reduzir a ansiedade e exercer um efeito calmante.

antagonista

Um agente que se opõe à ação de um outro (comparar agonista).

antidepressivos

Grupo de substâncias psicoativas prescritas para o trata­mento dos transtornos depressivos; também são usados noutras perturbações clínicas.

antiemética

Alívio dos sintomas relacionados com o enjoo, náuseas e os vómitos.

arritmia cardíaca

Alteração da frequência cardíaca ou o ritmo dos batimentos cardíacos..

Barbitúricos

São um grupo de fármacos depressores do sistema nervoso central derivados do ácido barbitúrico. Podem dar lugar a uma forte dependência, quer sejam usados por via oral, quer intravenosa. Esta dependência carateriza-se por uma importante redução da actividade inteletual, irritabilidade, agressividade e perturbações da personalidade. A sua abstinência causa ansiedade, crises de pânico, estado confusional e surtos de delírio.

bebida alcoólica

Líquido que contém álcool (etanol), produzido para ser ingerido.

Benzodiazepinas

Um grupo de fármacos relacionados e usados primordialmente como sedativos/hipnóticos, relaxantes musculares e antiepiléticos. Algumas Benzodiazepinas são usadas indevidamente em combinação com o álcool ou na dependência de opióides. Mesmo em doses terapêuticas, a interrupção abrupta destes fármacos induz uma síndrome de abstinência até 50% das pessoas tratadas durante seis meses ou mais.

binge drinking

Consumo intenso de bebidas alcoólicas com o objetivo de ficar propositadamente alcoolizado num curto espaço de tempo.

bradicardia

Diminuição na frequência cardíaca. Convenciona-se como normal no ser humano uma frequência cardíaca entre 60 e 100 batimentos por minuto. Frequências abaixo de 60 constituem a bradicardia.

Cafeína

É um estimulante leve do sistema nervoso central, um vasodilatador e um diurético. A cafeína é encontrada no café, chá, chocolate, guaraná, coca- cola e outros refrigerantes.

Cafeinismo

Consumo excessivo crónico ou agudo de cafeína. Os sintomas incluem inquietação, insónia, rubor facial, contrações musculares, taquicardia, perturbações gastrointestinais incluindo dores abdominais, pensamento e fala acelerados e desorganizados e, algumas vezes, exacerbação de uma ansiedade pré-existente ou estados de pânico, depressão ou esquizo­frenia.

canabidiol

Canabidiol (CBD) é um dos vários canabinóides existentes na Cannabis Sativa . Comporta-se como um antagonista do THC e é encontrado em maior concentração na resina de cannabis.

canabinóides

Um dos compostos encontrados apenas na Cannabis Sativa , incluindo o canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e tetrahydrocannabinol (THC).

Cannabis

É uma planta cujo nome científico é Cannabis Sativa. A substância ativa responsável pelos efeitos no organismo é o THC ou tetrahidrocanabinol. A cannabis pode ser ingerida juntamente com alimentos ou bebida em forma de chá, mas a principal forma de consumo é a fumada. Os seus efeitos dependem da quantidade utilizada, afetando a coordenação motora e a memória. A contínua exposição ao fumo tóxico pode ocasionar diversos problemas de saúde, incluindo diversos cancros no aparelho respiratório.

CBD

Canabidiol (CBD) é um dos vários canabinóides existentes na Cannabis Sativa . Comporta-se como um antagonista do THC e é encontrado em maior concentração na resina de cannabis.

cefaleia

Termo médico para dor de cabeça.

cirrose hepática

Uma forma grave de hepatopatia alcoólica caraterizada por necrose e deformação permanente da arquitetura do fígado devido à formação de tecido fibroso e de nódulos regenerativos. Os indivíduos apresentam sintomas e sinais de descompensação hepática tais como ascite, edema de tornozelos, icterícia, hema­tomas, hemorragia gastrointestinal procedentes de varizes esofágicas e confusão ou estupor devido à encefalopatia hepática. Os pacientes relatam queixas tais como dores abdominais, perturbações intestinais, perda de peso e de massa muscular e fraqueza.

Cocaína

É um estimulante sintetizado em laboratório, proveniente da folha do arbusto Erytroxylon coca. Esta substância age na comunicação entre os neurónios, prolongando a ação de outra substância, a dopamina. A cocaína pode ser consumida de várias maneiras, mas a mais comum é aspirada, já que normalmente apresenta a forma de pó. O efeito dura de 20 a 30 minutos e é seguido de irritabilidade, cansaço e depressão. O uso em altas doses pode provocar alucinações, agitação, extrema paranóia e agressividade. A quinina, uma substância que pode estar misturada com a cocaína, pode levar à cegueira irreversível. Mesmo o uso moderado desta substância é perigoso devido ao alto risco de falência do coração que ela provoca. Infeções sanguíneas, pulmonares e coronárias também estão na lista de consequências do uso contínuo da cocaína.

Cogumelos mágicos

Há dezenas de espécies de cogumelos mágicos com efeitos alucinogéneos ou psicadélicos.

Podem dividir-se em dois grupos:

- Os que contêm a psilocibina ou a psilocina como substância psicoativa;

- Os que contêm muscarina, como o Amanita muscaria.

Existe ainda um terceiro grupo, que parasita algumas espécies vegetais, conhecido como a cravagem do centeio, precursor do LSD, substância sintética abordada noutro local.

A distribuição dos cogumelos é generalizada por todo o mundo, nomeadamente na Europa. É fácil confundir os chamados cogumelos mágicos com outras espécies não alucinogéneas, nomeadamente algumas venenosas. Uma parte dos cogumelos mágicos consumidos com intuitos recreativos é proveniente de cultivo próprio para esse fim.

Comunidade terapêutica

Unidade de saúde onde é assegurado um ambiente estruturado no qual indivíduos dependentes de substâncias psicoativas residem até um período de tempo clinicamente estipulado para alcançar a reabilitação. Tais comunidades operam sob normas restritas e, são em geral, isoladas geograficamente.

Consumo abusivo

Consumo recorrente de substâncias psicoativas lícitas e/ou ilícitas devido à dependência física e psicológica. A droga torna-se o centro dos seus interesses e da sua vida.

consumo experimental

Corresponde ao contato inicial com uma ou várias substâncias, podendo continuar os consumos ou abandoná-los.

consumo habitual

Supõe uma utilização frequente da substância psicoativa. Esta prática pode conduzir a outras formas de consumo, dependendo da substância, da frequência do consumo, das características pessoais e do ambiente que as rodeia.

consumo ocasional

Contatos esporádicos com determinada(s) substância(s), sem nenhuma periodicidade fixa e com largos intervalos de abstinência. Não há dependência.

Crack

Substância psicoativa obtida a partir do aquecimento do pó da cocaína juntamente com amónia, bicarbonato de sódio e água. Tem o aspeto de uma pequena pedra de sabão cristalina podendo ser fumada ou injetada. Devido ao seu efeito rápido, os indivíduos consomem novas doses para voltar a sentir euforia e sair do estado depressivo. O uso constante dessa SPA provoca agressividade, comportamento paranóico, depressão, alucinações e, em pouco tempo, pode causar paragem cardíaca e a morte.

craving

Necessidade imperiosa de consumir uma substância psicoativa com o objetivo de sentir os seus efeitos.

Delirium Tremens

Estado psicótico agudo que ocorre em indivíduos dependentes de álcool, durante a fase de abstinência, caraterizado por confusão, desorientação, ideação paranóide, delírios, ilusões, alucinações, inquietação, distracção, tremores, sudorese, taqui­cardia e hipertensão.

Demência alcoólica

Transtorno crónico ou progressivo resultante de um padrão de consumo continuado, caracterizado pelo comprometimento das múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, raciocínio, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e juízo crítico. As perturbações cognitivas são usualmente acompanhadas de deterioração do controlo emocional, do comportamento social ou da motivação.

dependência

Condição patológica caracterizada pelo uso compulsivo de substâncias psicoativas, apesar das consequências negativas desse consumo.

dependência física

Segundo Eddy et al. (1965) é "um estado adaptativo que se manifesta por intensos distúrbios físicos, quando a administração de uma droga é suspensa".

dependência psicológica

Sensação de necessidade de usar determinada droga para sentir bem estar. Muitas vezes os consumidores procuram os efeitos iniciais do uso da droga.

depressor

Qualquer agente que suprime, inibe ou diminui a atividade do sistema nervoso central (SNC), a atividade motora, reação à dor e da ansiedade, sendo comum um efeito euforizante inicial (diminuição da inibição) e posteriormente um aumento da sonolência. As principais classes de depressores do SNC são os sedativos/hipnóticos, os opióides e os neuroléticos. O álcool, os barbitúricos, os anestésicos, as benzodiazepinas, os opiáceos e os seus análogos sintéticos são exem­plos de substâncias depressoras.

desintoxicação

Processo através do qual se pretende remover os efeitos de uma substância psicoativa de um indivíduo. A desintoxicação como um procedimento clínico implica que o indivíduo seja supervisionado até recuperar-se completamente da into­xicação ou da síndrome de abstinência física.

Doping

Uso de qualquer substância proibida pela regulamentação desportiva, tendo por fim melhorar o desempenho fisico/mental do atleta, por meios artificiais. Também é considerado doping o uso de substâncias que disfarçam outras substâncias dopantes, como é o caso dos diuréticos.

droga

Segundo a Organização Mundial de Sáude (OMS) é toda a substância, natural ou sintética, que altera o funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), deprimindo-o, estimulando-o ou criando ruturas psicóticas.

droga sintética

Droga feita num laboratório.

drogas ilícitas

Toda e qualquer substância psicoativa proibida por lei.

drogas lícitas

São drogas cuja produção, uso e comercialização são permitidos por lei, como exemplo temos as bebidas alcoólicas e o tabaco. Apesar da sua legalidade, a quantidade, a frequência e a quantidade do seu uso podem causar danos na saúde do indivíduo.

Ecstasy

Droga sintética ilícita com efeitos estimulantes e alucinogéneos, apresenta-se sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Tem como princípio ativo o metilenodioxidometaanfetamina (MDMA). Os efeitos colaterais incluem espasmo do maxilar, náuseas, cólicas, visão turva, paranóia, depressão e reações musculares. O maior perigo desta SPA é o aumento da temperatura do corpo, que causa febre alta e desidratação, o que pode resultar em ataque cardíaco e falência do fígado e dos rins.

embotamento

Enfraquecimento na energia de certas funções; perda de sensibilidade, o gosto, a energia.

empowerment

Segundo Rapparpot (1984) o empowerment consiste no processo através do qual os indivíduos podem alcançar o controlo (mastery) para conduzir as suas próprias vidas.

Segundo Perkins & Zimmerman (1995) consiste num valor orientador de um trabalho comunitário, que une forças e capacidades individuais, sistemas naturais de ajuda e comportamentos proativos para a política e mudança social.

O Empowerment a nível comunitário remete para a estrutura sociopolítica e processos de mudança social, o que implica ações coletivas para melhorar a qualidade de vida e aumentar a ligação entre os diversos serviços e organizações da comunidade (Zimmerman, 1995). Assenta em quatro fundamentos: a presença de um sistema de valores que inspire o crescimento pessoal; um sistema que proporcione continuamente o acesso a papéis sociais multifuncionais; um sistema de suporte baseado nos cidadãos enquanto pares, que os acompanhe e proporcione o sentimento de comunidade e uma liderança partilhada e comprometida, tanto com o contexto como com os seus membros.

Os processos que promovam oportunidades para o desenvolvimento das competências de liderança, de tomada de decisão, de gestão de recursos e de trabalho de grupo para atingir objetivos comuns, podem ter um potencial de empowerment e caraterizam-se por criarem e darem oportunidades às pessoas de controlarem o seu destino e de tomarem decisões, serem uma série de experiências através das quais as pessoas aprendem a fazer a correspondência entre os seus objetivos e os meios para os alcançarem, permitirem às pessoas obterem controlo, darem oportunidades para desenvolverem e exercitarem capacidades, para aprenderem acerca do desenvolvimento de recursos e sua administração, expandirem redes de suporte social e desenvolverem capacidades de liderança

 

espermatogénese

É o processo de formação dos espermatozóides. 

esteróides anabolizantes

São hormonas sintéticas que aumentam a massa muscular, a força ou a resistência. Os esteróides causam sérias modificações nas funções corporais, produzindo efeitos perigosos, que incluem aumento da pressão arterial, doenças no coração, tumores no fígado e ataque cardíaco. Os homens podem desenvolver disfunção erétil, sofrer diminuição dos testículos e queda de cabelo. As mulheres podem ter crescimento de barba, mudanças na voz e alterações no ciclo menstrual.

Estimulante

Tipo de SPA que acelera a atividade do sistema nervoso central (SNC);  aumenta a atividade psicomotora, aumentando a produção de determinados neurotransmissores, especialmente nas sinapses cerebrais.

etanol

O etanol (CH3 CH2OH ou H6OC2), também chamado álcool etílico e, na linguagem corrente, simplesmente álcool, é uma substância orgânica obtida da fermentação de açúcares, hidratação do etileno ou redução a acetaldeído, encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente, bem como na indústria de perfumaria.

euforia

A euforia é geralmente considerada como um estado de bem-estar físico e emocional exagerado, por vezes induzido pelo uso de drogas psicoativas e normalmente não atingido durante o curso normal da experiência humana. No entanto, alguns comportamentos naturais, como atividades que resultem em orgasmo, amor, ou o triunfo de um atleta, podem induzir breves estados de euforia. A euforia também já foi citada durante certos rituais religiosos ou espirituais e meditação. A euforia também pode ser o resultado de um distúrbio mental, incluindo o distúrbio bipolar, a ciclotimia e o hipertiroidismo, e também pode resultar de um ferimento na cabeça. A euforia também pode ocorrer em caso de doenças que afetem o sistema nervoso, como a sífilis e a esclerose múltipla.

fármaco

Na terminologia farmacêutica, fármaco designa uma substância química conhecida e de estrutura química definida dotada de propriedade farmacológica. Em termos correntes, a palavra fármaco designa todas as substâncias utilizadas em Farmácia e com ação farmacológica, ou pelo menos com interesse médico. Por convenção, substâncias inertes (como excipientes) não são considerados fármacos.

De acordo com esta definição, fármaco designa qualquer composto químico que seja utilizada com fim medicinal, o que torna a sua distinção de medicamento bastante sutil.

Há uma grande confusão, portanto, sobre o uso de droga e fármaco. Isso porque nos artigos científicos escritos em Inglês, o uso do termo "drug" está sendo usado na função de fármaco.

fatores de proteção

Segundo Clayton (1992), “um atributo ou caraterística individual, condição situacional e/ou contexto ambiental que inibe, reduz ou atenua a probabilidade de uso/abuso de drogas”.

fatores de risco

Segundo Clayton (1992), “um atributo ou caraterística individual, condição situacional e/ou contexto ambiental que aumenta a probabilidade de uso/abuso de drogas”.

Flashback

Efeito secundário do consumo de um alucinogéneo, durante o qual os efeitos originais da droga são sentidos semanas ou até mesmo anos, posteriormente ao seu uso.

fotofobia

Sensação de sensibilidade ou aversão a qualquer tipo de luz. Deve-se à recusa da luz pelas células fotorecetoras da retina. A sensação produzida tem diversos graus de intensidade e é caraterizada por ofuscamento ou vermelhidão ocular.

GHB

Conhecido como ecstasy líquido, o GHB é sedativo e esteróide anabolizante. Normalmente, o GHB é encontrado como pó ou diluído em água, não tem cheiro e quase nenhum gosto (sendo também conhecida como “droga da violação”). Interfere na fala, na coordenação motora, causa náuseas e vómitos. O GHB induz o sono e em combinação com outras drogas, principalmente o álcool, pode resultar em coma ou morte.

hepatite alcoólica

Transtorno do fígado caraterizado por necrose das células hepáticas e a sua inflamação, consequente ao consumo crónico de níveis elevados de álcool.

Heroína

Substância derivada do ópio. Além de ser extremamente nociva ao organismo, a heroína causa rápida dependência física e psíquica. Age como um poderoso depressor do sistema nervoso central. Pode ser inalada ou fumada, mas normalmente é injetada. O consumidor fica sedado, com dificuldades na fala, a boca seca e as pupilas muito contraídas. Em combinação com outros depressores, como o álcool, o risco de overdose aumenta consideravelmente. O uso constante desta droga resulta em abcessos na pele, infeções no coração, doenças no fígado, surdez, cegueira, delírios, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até morte. Se for consumida na forma injetada, pode causar necrose (morte dos tecidos) das veias. O corpo perde também a capacidade de controlar a temperatura, e o consumidor passa a sentir calafrios constantes. O estômago e o intestino ficam completamente descontrolados, o que causa vómitos frequentes, diarreias e fortes dores abdominais.

hiperestesia

Hiperestesia é um distúrbio neurológico que se dá ao excesso de sensibilidade de um sentido ou órgão a qualquer estímulo. É o aumento da intensidade das sensações. A Hiperestesia acompanha-se, em geral, de exaltação dos reflexos tendinosos, maior excitabilidade da sensibilidade fisiológica e aceleração do ritmo dos processos psíquicos. Nos estados de grande ansiedade, de fadiga ou esgotamento, por exemplo, onde a capacidade adaptativa está comprometida, a audição e o tato podem estar aumentados.

hipertermia

Aumento da temperatura do corpo.

hipertonia

Aumento anormal do tónus muscular e da redução da sua capacidade de estiramento.

hormona luteinizante

É a proteína reguladora da secreção da progesterona na mulher. 

IASAÚDE, IP-RAM

Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM.

ilícitas

Toda e qualquer substância psicoativa proibida por lei.

Inebriantes

Substâncias químicas que são inaladas e que atuam sobre o sistema nervoso central (SNC). A maioria dos inebriantes é dissolvente, tais como vernizes, tintas e colas. O uso ocasional pode causar danos severos ao sistema nervoso e ao cérebro e resultar em morte, além de comprometer o sistema respiratório.

intoxicação

Uma situação consequente à administração de uma substância psicoativa e que resulta em perturbações do nível da consciência, da cognição, da perceção, do juízo crítico, do afeto, do comportamento ou de outras funções e reações psicofisiológicas. A intoxicação depende do tipo e da dose da SPA e é influenciada pelo nível individual de tolerância e por outros fatores, tais como as expetativas culturais e pessoais acerca dos efeitos da SPA. As compli­cações podem incluir traumatismos, aspiração do vómito, delirium, coma e convulsões, dependendo da substância e do método de administração.

Ketamina

Anestésico utilizado principalmente em cirurgias de animais, especialmente cavalos. Vendido na forma líquida, é transformada em pó. Normalmente, esta substância é inalada ou fumada com haxixe ou tabaco, mas também pode ser misturada com o ecstasy e com a cocaína. Produz alucinações e perda da noção de tempo, do espaço e da identidade. Quando é utilizada em grandes doses, resulta em delírios, problemas respiratórios e convulsões. Se for misturada com o álcool ou com a cocaína, pode ser fatal.

Kratom

Substância produzida a partir das folhas da árvore tropical Mitragyna speciosa.

O fármaco em pequenas doses, proporciona efeitos estimulantes, enquanto em grandes dosagens é sedativo . As preparações Kratom são utilizadas na medicina popular e também como substitutos do ópio.

Legal highs

É o termo usado para caraterizar novos compostos psicoativos, não controlados pela legislação e que imitam os efeitos de substâncias ilegais já conhecidas.

letargia

É a perda temporária ou completa da sensibilidade e do movimento por causa fisiológica, ainda não identificada, levando o indivíduo a um estado mórbido em que as funções vitais estão atenuadas de tal forma que parece estarem suspensas, dando ao corpo a aparência de morte.

O paciente jaz imóvel, os membros pendentes sem rigidez alguma, a respiração e o pulso ficam praticamente imperceptíveis, as pupilas dilatadas e sem reação à luz.

lícitas

São drogas cuja produção, uso e comercialização são permitidos por lei, como exemplo temos as bebidas alcoólicas e o tabaco. Apesar da sua legalidade, a quantidade, a frequência e a quantidade do seu uso podem causar danos na saúde do indivíduo.

lombalgia

Conjunto de manifestações dolorosas que acontecem na região lombar (zona inferior das costas).

loquacidade

Hábito de falar excessivamente.

LSD

Abreviatura de dietilamina do ácido lisérgico. O LSD é um alucinogéneo consumido normalmente dissolvido em pedaços de papel muito pequenos, chamado “pontos”, e pode ser encontrado até mesmo em cápsulas. Esta droga provoca euforia, distorções visuais e sensitivas, desorientação, náuseas e tremores. Pode também causar o que os consumidores chamam de “bad trip” (má viagem), e/ou “flashbacks”.

má viagem

(em inglês: bad trip): no calão dos utilizadores de SPA, um efeito adverso do seu uso, o qual consiste em qualquer dos seguintes sintomas: sensação de perda de controlo, distorções da imagem corporal, alucinações bizarras e apavorantes, medo de enlouquecer ou de morrer, desespero e ideação suicida. Embora as reações adversas deste tipo estejam habi­tualmente associadas ao uso de alucinogéneos, podem também ser causadas pelo uso de anfetaminas e outros estimulantes psicomo­tores, anticolinérgicos, anti-histamínicos e sedativos/hipnóticos.

MDMA

metilenodioximetanfetamina (MDMA) = ecstasy

Mefedrona

É uma droga estimulante, geralmente inalada ou fumada, que induz um estado de euforia semelhante à cocaína ou ecstasy, mas que é vendida como fertilizante de plantas, sendo vulgarmente conhecida como “Blow”, “Bloom”, “Miau-Miau”, “M-Cat”, entre outros.

Metadona

Droga opiácea sintética usada na terapia dos dependentes de opióides. É administrada oralmente sob supervisão terapêutica.

miose

Retração permanente da pupila.

Mitragina

Alcalóide extraído da substância Kratom. Actua sobre os receptores opiáceos. Considerado um anestésico local e depressor do sistema nervoso central.

neurolético

Uma classe de fármacos utilizados no tratamento de psicoses agudas e crónicas.

nicotina

Principal substância psicoativa do tabaco. Pode ser inalada do fumo do tabaco ou como tabaco de mascar, rapé ou goma de mascar. A nicotina é rapidamente absorvida através dos pulmões e chega ao cérebro em segundos. Devido ao seu rápido metabolismo, os níveis cerebrais de nicotina caem rapidamente e o fumador sente um desejo intenso (craving) de mais um cigarro, 30-45 minutos depois de fumar o último. Sente ainda, irri­tabilidade, ansiedade, raiva, dificuldade de concentração, aumento do apetite, diminuição da frequência cardíaca e, por vezes, dor de cabeça e perturbações do sono. O uso prolongado do tabaco pode resultar em diversos cancros, em doenças cardiovasculares, em bronquite crónica, em enfi­sema pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e outros transtornos físicos.

Novas Substâncias Psicoativas

Um novo estupefaciente ou um novo psicotrópico, puro ou numa preparação, que não seja controlado pela Convenção Única das Nações Unidas de 1961 sobre os estupefacientes, nem pela Convenção das Nações Unidas de 1971 sobre substâncias psicotrópicas, mas que possa constituir uma ameaça para a saúde pública comparável à das substâncias enumeradas nessas convenções.

Objetivos da prevenção

Segundo Ammerman et al. 1999; Martin 1995; Paglia e Pandina 1999 - atrasar a idade de início do consumo de drogas; limitar o número e tipo de substâncias utilizadas; evitar a transição entre a experiência de substâncias e o abuso e a dependência das mesmas; diminuir as consequências negativas do consumo naqueles indivíduos que consomem drogas ou que têm problemas de abuso e dependência das mesmas; educar os indivíduos para que sejam capazes de manter uma relação adulta e responsável com as drogas; potenciar os fatores de proteção e diminuir os de risco para o consumo de drogas; modificar as condições do ambiente sócio cultural e proporcionar alternativas de vida saudável.

Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência

Agência da União Europeia, criada em 1993 e sediada em Lisboa, é a mais completa fonte de informação sobre a droga e a toxicodependência na Europa. O OEDT recolhe, analisa e difunde informações objetivas, fiáveis e comparáveis sobre a droga e a toxicodependência. Deste modo, fornece um panorama fundamentado do fenómeno da droga a nível europeu.

opiáceo

Substância psicoativa derivada da papoila (Papaver somniferum) que produz analgesia, euforia e, em doses mais elevadas, estupor, coma e depressão respiratória. O termo opiáceo não abrange os opióides sintéticos.

opióide

Termo genérico aplicado a alcalóides da papoila (Papaver somniferum), aos seus análogos sintéticos e compostos sintetizados pelo organismo. O síndrome de absti­nência carateriza-se por uma necessidade imperiosa (craving) da droga, ansiedade, disforia, sudorese, piloereção (arrepios), lacrimejo, rinorréia, insónia, náuseas ou vómitos, diarreia, cai­mbras, dores musculares e febre.

overdose

O uso de qualquer droga em doses elevadas, as quais provocam efeitos físicos e mentais indesejáveis, mais ou menos imediatos. A overdose pode provocar efeitos transitórios, duradouros ou a morte.

parafernália

Equipamento indispensável ao funcionamento de alguma coisa ou de determinada atividade.

peristálticos

Movimentos ou contração próprios do esófago, estômago e intestinos que tem por fim impelir ao longo do intestino, até expulsão, as substâncias ingeridas.

prevalência

Número ou proporção de casos existentes numa determinada população e num determinado momento temporal.

Prevenção das Toxicodependências

Segundo Martin (1995), “processo ativo de implementação de iniciativas tendentes a modificar e a melhorar a formação integral e a qualidade de vida dos indivíduos, fomentando o autocontrolo individual e a resistência coletiva face à oferta de drogas”.

Prevenção indicada

Segundo Gordon  (1987), dirige-se a indivíduos com comportamentos de risco que apresentam problemas familiares, escolares e de relacionamento ao nível do grupo de pares, ou seja considerados de grupo de alto risco. O objetivo dos programas de prevenção indicada é a redução dos primeiros consumos, da duração e dos comportamentos de risco e o atraso no início do abuso e da intensidade do consumo de substâncias.

Prevenção primária

Segundo Caplan (1964), são propostas de ação que surgem antes das pessoas estabelecerem contacto com as drogas. Tem como objetivo, proteger a saúde com a finalidade de evitar o aparecimento de um problema relacionado com o consumo de substâncias psicoativas. As estratégias utilizadas a partir desta perspetiva baseiam-se especialmente em atividades de promoção geral, sem prescindir, em determinados casos, de uma intervenção específica sobre a temática das drogas.

Prevenção secundária

Segundo Caplan (1964), as ações a este nível dirigem-se a grupos ou indivíduos de quem se sabe já terem contacto com o consumo de substâncias psicoativas. Apresenta como objetivo, tentar que não apareçam adições ou consumos problemáticos. É importante estabelecer a diferença entre a população-alvo destas ações: pode acontecer ser contra-preventivo desenvolver uma ação de prevenção secundária com grupos que nunca contactaram com as substâncias psicoativas e ineficaz, se realizarmos uma ação de nível primário sobre um grupo já consumidor das mesmas.

Prevenção seletiva

Segundo Gordon  (1987), dirige-se a subgrupos da população geral que estão em risco de consumirem substâncias, independentemente do risco individual – por exemplo: filhos de pais alcoólicos, indivíduos em situação de abandono escolar ou com insucesso escolar.

Prevenção terciária

Segundo Caplan (1964), relaciona-se com o tratamento e a reabilitação das pessoas cujo consumo de substâncias gerou todo um conjunto de problemas inerentes à toxicodependência. O objectivo passa por reduzir as consequências adversas associadas ao consumo de substâncias psicoativas e impedir o agravamento do problema.

Prevenção universal

Segundo Gordon  (1987), dirigida à população em geral. Tem como objetivo prevenir ou retardar o uso e o abuso de drogas lícitas e ilícitas. Todas as pessoas da população partilham o mesmo risco geral em relação ao abuso de substâncias, apesar do nível do risco variar entre os indivíduos.

Redução da procura

Termo utilizado para definir um conjunto de políticas e programas que visam reduzir nos consumidores, o desejo de obter e consumir substâncias psicoativas (SPA).

Rinorreia

Rinorreia (rhin = "nariz" + rhoia = "fluxo") é o sinal médico que define o corrimento excessivo de muco nasal.

Salvia Divinorum

A planta psicoativa Salvia divinorum, é um membro raro da família da hortelã (Lamiaceae; anteriormente Labiatae), caraterizada em  meados do século XX.

A planta é endémica numa área limitada das terras altas do estado mexicano de Oaxaca, onde os índios Mazatecas ingerem as suas folhas frescas ou uma  preparação das folhas para rituais divinatórios, cerimónias de cura e fins médicos.

 A planta é usada, desde o final da década de 1990,  como um alucinogéneo. Fumar folhas secas e trituradas proporciona alucinações de vida curta, mas intensa.

A dose eficaz de Salvinorina , o ingrediente ativo da planta, é comparável à do alucinógeneo LSD. 

Salvinorina

Salvinorina A é a principal molécula psicotrópica na Salvia divinorum

Este composto diterpénico (que apenas contém átomos de carbono, hidrogénio e oxigénio) está presente como salvinorina A (a 96%) e B (a 4%) na Salvia Divinorum.

setting

Situação; ambiente; cenário.

Síndrome de abstinência

Conjunto de sintomas físicos e/ou psicológicos desagradáveis, manifestados nos indivíduos que suspendem bruscamente o consumo de substâncias psicoativas (SPA).

Smartshops

São lojas especializadas na venda de substâncias psicoativas “naturais”, de literatura sobre o tema e de todo o tipo de parafernália. (OEDT. 2007).

SNC

Sistema Nervoso Central.

SPA

Substância psicoativa.

SRAS

Secretaria Regional dos Assuntos Sociais

Substância psicotrópica

Substância psicotrópica é a substância química que age principalmente no sistema nervoso central, onde altera a função cerebral e temporariamente muda a perceção, o humor, o comportamento e a consciência. Essa alteração pode ser proporcionada para fins: recreacionais , científicos ou médico-farmacológicos.

Tabaco

Planta da qual é extraída a nicotina, principal substância do tabaco. Possui alto poder aditivo, prejudica a digestão, causa taquicardia, da pressão arterial e da frequência respiratória e provoca tremores, insónia, náusea, diarreia, vómitos, cefaleia, tontura, fraqueza, dor no peito e sérios danos ao sistema respiratório, pode ocasionar doenças como pneumonia, enfisema pulmonar e infecção das vias respiratórias. O tabaco apresenta ainda várias substâncias que podem causar cancro em diversas partes do corpo, como boca, esófago, laringe, pulmão, rins, pâncreas e bexiga. O fumo do cigarro pode contribuir para o surgimento de cancro e doenças respiratórias até mesmo em pessoas que não fumam, mas convivem com fumadores. A maioria dos fumadores começa a fumar durante a adolescência. Além da nicotina, o cigarro contém um grande número de substâncias tóxicas, como o alcatrão e o monóxido de carbono.

Taquicardia

Aumento da frequência cardíaca. Convenciona-se como normal no ser humano uma frequência cardíaca entre 60 e 100 batimentos por minuto. A partir de 100, inclusive, considera-se que há taquicardia.

THC

Tetrahidrocannabinol - substância psicoativa da cannabis.

Tolerância

Capacidade do corpo para se adaptar aos efeitos de uma substância psicoativa, ou seja, o consumidor frequente necessita de doses mais elevadas da substância para alcançar os efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas.

toxicodependente

Indivíduo dependente de uma ou mais substâncias psicoativas.

tranquilizantes

São drogas comercializadas legalmente para o tratamento da ansiedade, espasmos musculares e para provocar o sono. Estas substâncias causam acentuada dependência física e os consumidores desenvolvem um nível elevado de tolerância. O uso crónico pode ocasionar intoxicação e, como consequência disso, graves efeitos colaterais.

trismo

Contratura dolorosa da musculatura da mandíbula.

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