Inquérito europeu quer conhecer consumos por parte de jovens estudantes de 16 anos

 

O estudo europeu sobre o consumo de álcool, tabaco e drogas será realizado na Madeira em 29 escolas, junto dos estudantes com 16 anos.

A Região Autónoma da Madeira vai integrar, este ano, o sétimo estudo europeu sobre o consumo de álcool, tabaco, drogas e outros comportamentos aditivos ou dependências, denominado de ESPAD (European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs) A e destinado a jovens estudantes com 16 anos neste ano.

 

De acordo com a Secretaria Regional de Educação, o inquérito vai decorrer em 29 escolas da Madeira, cobrindo todos os concelhos.

 

Em 2015, o estudo, que é realizado de quatro em quatro anos desde 1995, abrangeu 35 países e mais de 96 mil estudantes e, em Portugal, foi promovido pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) do Ministério da Saúde, com o apoio da Direção-geral de Educação do Ministério da Educação e das Secretarias Regionais de Educação e Saúde das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

 

O arquipélago madeirense respondeu positivamente ao convite do SIDAC para participar no ESPAD/19, cuja fase de recolha de dados deverá decorrer no final deste mês de fevereiro e princípio de março.

 

Segundo o secretário regional de Educação, em declarações ao JM, a tutela aderiu ao projeto “com o propósito de obter dados que traduzam o mais aproximadamente possível a realidade” regional no que aos consumos dos

 

jovens nas substâncias referidas diz respeito. Jorge Carvalho realçou que o estudo é muito importante, na medida em que “uma vez validados os dados recolhidos, passará a haver um quadro comparativo com outras realidades, bem como de ser possível definir mais ajustadamente as medidas que se justificarem”.

 

Conforme explicou a Secretaria Regional de Educação, a realização do estudo, de natureza epidemiológica, tem por objetivo monitorizar o desenvolvimento e caraterização dos comportamentos aditivos entre os adolescentes. Nomeadamente no que diz respeito a prevalências e padrões de consumo de substâncias psicoativas (tabaco, álcool, drogas, medicamentos sem receita média), jogo (gaming e gambling) ou (ab)uso de internet, consequências desses consumos/práticas ao nível da saúde, motivações, representações, atitudes e crenças.

 

Posteriormente, os resultados serão determinantes para avaliar as políticas desenvolvidas nestas áreas, tanto ao nível nacional/regional como europeu. Vão permitir também a progressiva adequação às mudanças sociais e dos comportamentos individuais que vão ocorrendo, constituindo, por isso, informação crucial que integra os relatórios anuais enviados, quer à Assembleia da República, quer à União Europeia, Conselho da Europa ou ONU.

 

De referir ainda que o estudo se enquadra no âmbito do plano de ação Horizonte 2020, associado ao Plano Nacional para a Redução dos Comportamentos Aditivos e das Dependências 2013/2020 e que se enquadra também nos objetivos da política regional da Madeira para a redução dos comportamentos aditivos e dependências.

 

Em Portugal, que participa no estudo desde 2013, o inquérito inclui não só os alunos de 16 anos como mostras representativas, ao nível nacional, dos alunos de cada um dos grupos etários dos 13 aos 18 anos, e desde 2015 amostras globalmente representativas do conjunto destes alunos, por NUTs I (país), NUTs II (regiões) e NUTs III (comunidades intermunicipais).

 

Numa análise aos resultados do ESPAD de 2015, os comportamentos de consumo dos estudantes portugueses estão na média europeia e, à exceção do álcool, situam-se nos patamares a meio da tabela ou mais baixos.

 

No tabaco, 37% dos jovens já fumou, sendo que a prevalência média de tabagismo foi aproximadamente a mesma entre rapazes e raparigas. Já no álcool, a percentagem subiu para 71% de jovens que beberam bebidas alcoólicas ao longo da vida. Quanto às drogas ilícitas, 16% dos jovens portugueses já consumiram. Destas, 15% experimentou canábis, 2% ecstasy, 1% anfetaminas, 1% para metanfetamina e 4% para substâncias inalantes.

 

CONSUMOS DOS JOVENS EM PORTUGAL

 

(relatório de 2015)

 

TABACO 37%

 

ÁLCOOL 71%

 

DROGAS ILÍCITAS

 

CANNABIS 16%

 

15% ECSTASY

 

2% ANFETAMINAS

 

1% METANFETAMINA 1%

 

NALANTES 4%

 

Paula Abreu

 

 

 

In “JM-Madeira”