Apelando à população que só tome antibióticos para doenças provocadas por bactérias e com prescrição médica

O secretário regional da Saúde diz que é preciso ter muito cuidado com o uso dos antibióticos. Há quem os tome por conselho do vizinho e sem prescrição médica. Há consequências graves com esta situação. Uma delas é fazer com que a resistência das batérias aos antibióticos seja cada vez maior. Ainda assim, Pedro Ramos admitiu que há mais sensibilização para esta questão. O governante lembrou que, em 2050, 10 milhões de pessoas deverão morrer devido à resistência aos antibióticos.

 “A mensagem que eu quero deixar aqui para a nossa população é que o uso de antibióticos deve ser feito apenas com prescrição médica”, sublinhou.

O governante madeirense falava, ontem, na abertura da conferência sobre 'Antibióticos, preservação e consumo', que teve lugar, logo pelas 9 horas, no Centro de Estudos e História do Atlântico (CEHA).

Margarida Camacho, presidente da Comissão de Farmácia e Terapêutica da RAM, também confirmou esta preocupação do secretário regional da Saúde, sublinhando que há um excesso de consumo de antibióticos na Madeira.

Os médicos consideram que os antibióticos devem ser restringidos apenas às infeções bacterianas e não extensivos às infeções virais, por exemplo.

Ainda segundo aquela responsável, registou-se, no período de 2016-2017, uma diminuição no consumo de total de anti-infecciosos.

As classes onde se registaram maior aumento de consumo foram as das penicilinas e das quinoloas.

Nesta iniciativa, que se inseriu nas comemorações do Dia Europeu dos Antibióticos (assinalado a 1 de novembro), o secretário regional da Saúde aproveitou a ocasião para responder ao Sindicato Independente dos Médicos que, na última semana, acusou o Governo de não ouvir as necessidades e problemas apontados pelos profissionais. A propósito, Pedro Ramos garantiu estar aberto ao diálogo. “Fomos, uma vez mais, postos à prova com uma problemática de horário de trabalho. Quero dizer aqui que em primeiro lugar está a população.

Mas podemos fazer sempre melhor. Criámos um grupo de trabalho que juntou todos os grupos e temos o acordo dos nossos colegas para gerirem o seu horário da forma que entenderem mas com responsabilidade e respeito à nossa população”, respondeu, assim, às acusações feitas de que o Executivo não se está a preocupar com o horário de trabalho dos profissionais de Saúde.

In “JM-Madeira”