Só neste mês de outubro, o Programa de Recuperação de listas de espera para cirurgias, no SESARAM, conta com 33 salas adicionais de bloco operatório.

 

São cerca de uma centena de pessoas intervencionadas, além da atividade normal. “Um programa positivo, que irá manter-se e que, à medida que aumentamos os recursos humanos e aumentamos a capacidade de resposta, também irá fazer reduzir o número de pessoas em espera para uma intervenção”, garante o secretário regional da Saúde quando confrontado com as acusações de insucesso por parte do programa de recuperação de listas.

 

Resposta está a ser “maximizada”

 

As listas de espera representam, muito provavelmente, a maior “dor de cabeça” para um governante na área da Saúde. Falar de pessoas, de doenças, em que cada caso, por si só, tem a urgência máxima para as pessoas que se encontram nessa situação. Sempre foi assim, continua sendo, com as dificuldades daí resultantes para que, num plano integrado, possam existir resultados que mudem, de certo modo, a ideia que há de ineficácia de resposta por parte do sistema.

 

Pedro Ramos desmistifica o problema, alarga-o a todos os hospitais do País para explicar que não é uma questão exclusiva da Madeira. Aponta a falta de médicos como uma realidade que afeta o setor, diz que em termos nacionais “faltam cinco mil médicos e 500 na especialidade de anestesia, que não é uma especialidade de bloco operatório, é transversal a várias atividades dentro de uma instituição diferenciada, não só do foro médico mas também cirúrgico”.

 

Abrir vagas, criar incentivos aos de cá e aos de lá

 

A Região foi colocada perante um desafio, difícil sem dúvida, estabelecendo um Programa de Recuperação de Listas de Espera, que tanto a Ordem dos Médicos como a Comissão de Utentes, têm vindo a apontar como ineficaz em termos dessa recuperação pretendida. Pedro Ramos não compreende e vai reunir coma comissão para explicar o que já está a ser implementado no SESARAM. Mas garante “que a resposta do Serviço de Saúde da Região, no que se refere às listas de espera, está a ser maximizada de acordo com os recursos humanos que temos.

 

Queremos fazer mais? Claro que queremos. E por isso, temos desenvolvido abertura de vagas para áreas que temos falta, anestesia, cirurgia, ortopedia, medicina geral e familiar, com profissionais já formados”. Aponta, como outras medidas, o incentivo extra para que os médicos queiram vir para cá. Depois, criar incentivos aos médicos que estão, através da produção adicional”.

 

PRC reduziu lista em 5% no primeiro ano e 15% no segundo

 

O Programa de Listas de Espera, no primeiro ano de criação, reduziu a lista em 5%, no segundo reduziu em 15%,. No terceiro ano, este ano de 2018, com dez especialidades envolvidas, há neste momento um resultado extremamente satisfatório, com a criação, em outubro, de 33 salas adicionais que irá proceder a cirurgias em cerca de uma centena de pessoas”.

 

Quando a comissão de utentes fala na existência de listas de espera para as listas de espera, o que é que significa, isso, na prática? Pedro Ramos fala em prioridades e lembra que, “além da lista de espera que já existe, o Hospital tem consultas todos os dias, com fortes possibilidades de entrarem pessoas para uma lista que não é aquela já existente e que tem a prioridade correspondente a cada caso. Além disso, há doentes que entretanto vão à consulta e têm necessidade de intervenção imediata e que, logicamente, não entram para essa lista de espera, são operadas imediatamente. É preciso que as pessoas percebam isto”.

 

In “Funchal Notícias”