A doença de Freiberg ou Osteonecrose de Freiberg incide principalmente em jovens do sexo feminino, mais do que no sexo masculino, numa porção de 3:1, e ocorre na segunda década de vida.

 

Esta doença acomete preferencialmente a cabeça do 2.º metatarso, seguida da epífise do 3.º metatarso e raramente é bilateral, caraterizando-se por uma dor persistente sobre o 2.º metatarso devido à pressão excessiva. A dor é acompanhada inicialmente por um edema local e pelo desaparecimento da cartilagem, causando assim incapacidade funcional parcial do pé.

 

As causas mais frequentes da doença de Freiberg são os microtraumatismos repetitivos, causados por determinadas profissões, práticas desportivas (bailarinas ou atletas que pratiquem corrida ou salto) ou pela utilização de saltos altos. Outra das causas pode ser a isquemia da artéria nutrícia, que pode ser provocada por uma embolia, um traumatismo ou por uma compressão latero-medial provocando uma diminuição da circulação sanguínea na cartilagem em crescimento.

 

O diagnóstico é clínico através de palpação, de exploração articular, muscular, vascular, avaliação da pegada plantar e confirmada a fase da evolução da doença com exames complementares de diagnóstico, especificamente a Radiografia ao pé.

 

O tratamento conservador é o mais utilizado para esta doença, consiste num tratamento Ortopodológico, através da aplicação de uma ortótese plantar personalizada, que dependendo da fase de evolução da doença, permite o alívio da pressão do peso corporal sobre as cabeças dos metatarsos envolvidos. Este tratamento Ortopodológico é realizado por um Podologista.

 

No caso de se verificar uma rápida progressão da doença, derivada por exemplo do uso continuado de saltos altos ou prática de atividades desportivas excessivas, poderá ser necessário um tratamento cirúrgico variável; desde a curetagem com enxerto, osteotomia e encurtamento do metatarso.

 

Fátima Carvalho

 

Podologista responsável pelo Centro Clínico do Pé

 

In “Saúde Online”