Os dados disponibilizados pelo Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) dão conta de um aumento significativo dos serviços prestados à população madeirense no primeiro semestre de 2018, quando em comparação com igual período do ano passado.

O balanço feito por este organismo no que diz respeito aos serviços de emergência pré-hospitalar mostram, também, muito mais assistências do que as registadas no ano passado.

Desde logo, salta à vista um aumento no número de ocorrências pré-hospitalares em 2018, comparativamente ao mesmo período do ano passado. Destaque igualmente, e como já era previsível, para o facto de o Funchal continuar a liderar neste serviço, enquanto concelhos mais a norte lideram nos incidentes registados em trilhos e levadas da Madeira.

 A ESCALADA DO SERVIÇO PRÉ-HOSPITALAR

O serviço pré-hospitalar foi aquele que mais aumentou na Região. Em 2017, entre janeiro e junho, os serviços de emergência pré-hospitalar pouco passaram dos 17.000, enquanto no 1.º semestre de 2018 quase chegaram aos 17.500 os serviços das ambulâncias de socorro, viaturas que são reconhecidas com a sigla ABSC.

Em suma, foram quase mais meio milhar de saídas para prestarem socorro a pessoas um pouco por toda a ilha. O Funchal, naturalmente, continua a ser o concelho com mais serviços realizados. Seguem-se os dois concelhos mais perto da capital, Câmara de Lobos e Santa Cruz. Ou seja, enquanto foram contabilizados quase mais de metade dos serviços no Funchal, cerca de 42% dos 17.494 serviços pré-hospitalares, Câmara de Lobos (12%) e Santa Cruz (11%) foram os locais que se seguiram em termos estatísticos a este nível. Seguem-se Machico (10%), Ribeira Brava (7%), Calheta (6%), e Santana (4%), enquanto São Vicente e Ponta do Sol (3%), Porto Santo (2%) e Porto Moniz (1%) são as autarquias com menos serviço pré-hospitalar.

EMIR COM MENOS SAÍDAS E MAIS ACOMPANHAMENTO

Apesar do aumento significativo dos serviços pré-hospitalares, a Equipa de Intervenção Médica (EMIR) teve uma participação menor ao nível de saídas para prestarem apoio médico às equipas de serviço pré-hospitalar dos bombeiros.

No 1.º semestre de 2017, a EMIR havia se deslocado 405 vezes diretamente ao teatro de operações, junto das ambulâncias de socorro. Já nos primeiros seis meses de 2018 as saídas da EMIR não chegaram às 400.

Por outro lado, o acompanhamento via rádio ou telefone das equipas médicas aumentaram significativamente. Em 2017 foram 984, enquanto em 2018 estiveram 'online' 1.082 com as equipas pré-hospitalares.

SERVIÇOS PRÉ-HOSPITALARES NO 1.º SEMESTRE DE 2018

TOTAL: 17.494

POR CONCELHO

Funchal: 42%

Câmara de Lobos: 12%

Santa Cruz: 11%

Machico: 10%

Ribeira Brava: 7%

Calheta: 6%

Santana: 4%

São Vicente: 3%

Ponta do Sol: 3%

Porto Santo: 2%

Porto Moniz: 1%

Incêndios diminuem nas serras e aumentam nas cidades

Os incêndios florestais ou em mato são um dos poucos itens que registam uma diminuição. Ao todo, foram contabilizadas menos 22 ignições do que relativamente ao ano passado. Portanto, de janeiro a junho de 2017 houve 212 incêndios, enquanto no 1.º semestre de 2018 há registo de 190 ocorrências relacionadas com o fogo que deflagrou em zona de mato ou de florestas.

Ribeira Brava, com 42 incêndios, Ribeira Brava (38) e Santa Cruz (26) são os três concelhos mais afetados. Em Câmara de O Lobos foram registados pela SRPC 38 incêndios em mato e quatro em área florestal, sendo o concelho com maior incidência na matéria relacionada com o fogo.

Aliás, até junho apenas existiam registos de 9 incêndios florestais, verificados em Santa Cruz (4), Ribeira Brava (3), Câmara de Lobos (1) e Calheta (1). São números registados ainda antes da entrada em vigor do período do Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais (POCIF), o que deixa no ar uma diminuição de ignições deste tipo de incêndios.

Por isso, há um prenúncio que seja verificada uma menor quantidade de incêndios em 2018. Resta aguardar pelos números do POCIF.

Já na área urbana, o SRPC tem averbadas 64 ocorrências relacionadas com incêndios urbanos ou em áreas consideradas urbanizáveis. Os números de 2017, também no primeiro semestre, não atingiram as seis dezenas. Portanto, tendo em conta os primeiros seis meses de cada ano (2017-2018), há uma diminuição considerável de incêndios nas serras e um aumento de fogos nas zonas urbanas.

Crescem os acidentes em levadas, alguns mortais

ais uma área em que houve novo aumento de serviços de socorro, agora com resgate incluído. Em 2017, o SRPC registou 51 ocorrências em levadas e percursos pedestres. Já em igual período do ano passado, registaram 57 acidentes nos mesmo locais.

Nos primeiros seis meses de 2018, Calheta foi o concelho onde se registaram mais acidentes, alguns deles mortais, como se sabe.

Na Levada das 25 Fontes, por exemplo, já se registaram três mortes no início do ano, todas elas de cidadãos estrangeiros.

OCORRÊNCIAS EM LEVADAS

1.º SEMESTRE 2017: 51

2.º SEMESTRE 2018: 57

POR CONCELHO

Funchal: 3

Câmara de Lobos: 3

Santa Cruz: 4

Machico: 12

Ribeira Brava: 4

Calheta: 18

Santana: 6

São Vicente: 1

Ponta do Sol: 3

Porto Santo: -

Porto Moniz: 3

Ao todo, a Calheta já registou 18 acidentes em levadas, das quais resultaram três vidas perdidas. São número elevados e que obrigaram a uma intervenção do Instituto de Florestais e Conservação da Natureza (IFCN) naquele trilho, de forma a garantir maior segurança e mais informação para quem frequenta as levadas madeirenses.

Segue-se o concelho de Machico, com 12 ocorrências, também aqui por 'culpa' da vereda da Ponta de São Lourenço, onde existem muitas quedas e algumas situações complicadas. Santana, com seis, é outro dos concelhos mais afetados com acidentes em levadas e percursos pedestres.

In "JM-Madeira"