A Escola Superior de Enfermagem São José de Cluny, no Funchal, entregou ontem diplomas a 55 finalistas de duas especialidades diferentes: 30 enfermeiros terminaram a formação em mestrado de enfermagem médico-cirúrgica e 25 concluíram a pós-licenciatura de especialização em enfermagem de saúde mental e psiquiatria.

Ocasião para a directora da escola, Merícia Bettencourt, mostrar “satisfação e orgulho pelas oportunidades de aprendizagem e pela aposta na formação”, salientando o facto da escola continuar determinada a desempenhar a missão de formar enfermeiros e profissionais de saúde.

 

“A par da continuidade da especialidade em enfermagem comunitária em curso, iniciaremos o terceiro curso de mestrado em enfermagem médico-cirúrgica e o primeiro em enfermagem de reabilitação”, disse, referindo ainda que outros projectos estão em fase de planeamento, só possíveis “graças à colaboração de várias entidades regionais”.

 

Aos enfermeiros especialistas, frisou as competências diferenciadas e aptidão de cada um na resolução de problemas de maior complexidade nas respectivas áreas, de forma mais eficiente e eficaz.

 

Em representação do Governo Regional esteve o secretário da Saúde, Pedro Ramos, que relembrou a importância da formação e da diferenciação dos profissionais de saúde, como forma de assegurar a segurança e a qualidade na prestação dos serviços de saúde.

 

Garantiu que a saúde será uma área apoiada pelo governo, “embora as pessoas continuem a dizer o contrário”, apontando para estas duas áreas, como aquelas onde “mais evoluímos e teremos de continuar a evoluir”.

 

Salientou o bom pré-hospitalar e o bom serviço de urgências, alegando que “não se morre de enfartes nem de ACV”.

 

Sobre a saúde mental, não tem dúvida de que é a “área do futuro” que carece de um “novo projecto” devido a alguns “problemas organizacionais”.

 

Referiu ainda que estão abertas três vagas para a área da psiquiatria, e “assim que estejam preenchidas, a saúde mental será uma nova realidade na Madeira”.

 

A cerimónia de entrega de diplomas contou ainda com as intervenções do enfermeiro Diogo Mendonça, representante dos estudantes do curso de saúde mental e psiquiatria, bem como do enfermeiro Norberto Ribeiro, do mestrado de enfermagem médico-cirúrgica.

 

“A saúde mental é uma área transversal a todos os serviços”

 

Lenia Serrão, uma das finalistas do curso de saúde mental e psiquiatria é enfermeira há sete anos no serviço de gastroenterologia e cirurgia vascular no Hospital Dr. Nélio Mendonça e está satisfeita por poder desenvolver as novas competências junto dos doentes que mais precisam.

 

Para ser profissional desta área específica, a jovem de 29 anos diz que é preciso ter muita sensibilidade, conhecimento e gosto por uma área que não é fácil. “Aparentemente pode parecer simples e pode até dar a ideia de que todos percebemos de saúde mental, mas a complexidade deste trabalho exige muita competência e muita dedicação”, diz a jovem que considera a saúde mental “uma área transversal a todos os serviços e especialidades”, alertando para o facto da importância de uma boa saúde mental.

 

In “Diário de Notícias”