Certo dia, um professor entrou na sua sala de aula e disse aos alunos para se prepararem para um teste surpresa. As cadeiras entraram num reboliço enquanto esperavam ansiosamente para que o teste começasse.

O professor entregou o exame com a folha virada para baixo, como era normal. Depois de ter entregue todos os testes, pediu aos alunos que virassem os papéis. Ao fazerem-no, para surpresa geral, não encontraram perguntas, mas apenas um ponto preto no centro da folha.

 

O professor, observando a cara de espanto dos seus alunos, pediu-lhes que escrevessem sobre aquilo que estavam a ver. Os alunos, sentindo-se um pouco confusos, iniciaram esta tarefa. Passado o tempo determinado para a tarefa, o professor recolheu todos os testes e começou a ler cada teste em frente à turma. Todos os alunos, sem exceção, definiram o ponto preto, tentando explicá-lo de diferentes formas. Depois de ter lido todos os testes, o professor passou à sua explicação. Disse que não ia avaliá-los e que queria apenas dar-lhes algo para pensar. O professor referiu que ninguém tinha escrito sobre a parte branca do papel e que todos tinham estado focados no ponto preto. O mesmo se passa nas nossas vidas.

 

O ponto preto, no qual nos focamos diariamente, representam as coisas que nos incomodam, a falta de dinheiro para um telemóvel ou para sair à noite, aquela relação complicada com um familiar, aquela discussão com um amigo, etc. Os pontos pretos são muito pequenos quando comparados com tudo o que temos na nossa vida, mas têm a capacidade de poluir a nossa mente.

 

O importante passa por olhar para além dos pontos pretos das nossas vidas e apreciar tudo aquilo que temos e todos os momentos que vivemos. Muitas vezes nas nossas vidas sentimo-nos pisados e amassados e temos que lidar com situações complicadas e tomamos más decisões e por vezes sentimos que não temos valor. No entanto, independentemente daquilo que tenha acontecido ou que venha a acontecer, todas as pessoas têm o seu valor, todas são importantes. Lute por aquilo que acredita, fortaleça o seu caráter que é aquilo que o definirá enquanto indivíduo. Trabalhe-o, melhore-o para que, caso surjam situações difíceis, tenha diferentes opções. Interessa perceber que, perante várias opções, as pessoas têm sempre alternativas. Faça escolhas saudáveis, procure não se deixar influenciar negativamente pelos outros.

 

Construa o seu mundo. Mais ninguém pode fazê-lo por si. JM

 

JOSÉ MARIA MAIA

 

Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM/UCAD

 

In “Jornal da Madeira”