Ouvimos, mas nem sempre escutamos.

 

Escutar significa ouvir com atenção. Falamos de escuta ativa, um conceito que não é novo, mas que nem sempre é praticado com a frequência devida.

 

Escutar implica vontade, prestar atenção às pessoas. Permite desenvolver desde cedo uma relação de empatia, de confiança, formando jovens e adultos mais seguros de si, e que confiam nas suas escolhas.

 

A campanha “Escute primeiro - Listen First”, apresentada pela UNODC em 2016, no decurso da Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas sobre drogas (UNGASS), em Nova Iorque, e que continua a decorrer este ano em parceria com diversas entidades, realça o importante papel da prevenção do consumo de substâncias psicoativas (SPA) e outros comportamentos de risco, destacando que o primeiro passo para uma prevenção efetiva, consiste em escutar as crianças e os jovens, para ajudá-las a crescer saudáveis e em segurança.

 

Apela aos nossos sentidos, à capacidade de escutar, de empatia, de apoiar.

 

Destaca aspetos relevantes relacionados com as competências das famílias, o papel dos decisores, dos profissionais de saúde, dos professores, dos profissionais especializados que intervêm na área da prevenção, relembrando, que a prevenção é eficaz e somos todos nós juntos, que podemos e devemos fazer a diferença, influenciando positivamente as nossas crianças e jovens, as escolas e a comunidade em geral.

 

Questiona-se em como ajudar os seus filhos a crescerem saudáveis e seguros?

 

Os pais são os melhores influenciadores das suas crianças e jovens, ajudando-os a crescerem felizes e resilientes. Mesmo em circunstâncias difíceis, ligações fortes entre pais e filhos, apoiadas em ouvir com atenção, mostrando que se importam, podem significar menos comportamentos de risco.

 

Sabemos, que quando os pais monitorizam de perto o comportamento dos seus filhos, e sabem por onde andam, estes, têm menos 20% de probabilidade de usar substâncias como a cannabis.

 

A campanha disponibiliza algumas recomendações:

 

Elogie o seu filho, por pelo menos uma coisa que ela ou ele fizeram bem. Existe uma de certeza, mesmo que pequena.

 

Disponibilize um pouco do seu tempo diário, oferecendo às suas crianças e jovens a sua total atenção, pode realmente ajudar.

 

Estabeleça regras claras de comportamento, focando-se no que necessita ser feito. Pergunte o que precisa saber: onde é que eles vão estar, a fazer o quê, com quem e durante quanto tempo.

 

Parece-lhe difícil de fazer? Envolva-se em programas de prevenção e mantenha-se informado (a). Os pais tornam-se melhores educadores, as crianças comportam-se melhor e têm melhor desempenho escolar.

 

TERESA DIAS

 

Enfermeira - Especialista na área de enfermagem de saúde mental e psiquiátrica - IASAÚDE,IP-RAM UCAD

 

 

 

In “Jornal da Madeira”