Mosquito Aedes aegytpi

As principais características desta espécie são:

- Animal de pequenas dimensões com cor nega e manchas brancas no corpo e nas patas;

- O mosquito fêmea é o único responsável pela picada, logo pela transmissão de doença ao Homem. O mosquito macho parece contribuir apenas para a procriação da espécie;

- Prefere picar sobretudo humanos, repousando em locais sombrios como no interior das habitações;

- Cerca de 3 dias após efetuarem uma refeição sanguínea, os mosquitos fêmea depositam os seus ovos dentro de um criadouro, numa zona imediatamente acima da linha de água, ficando fixos à parte interna dos recipientes.

- Os locais de postura dos ovos são, preferencialmente, no interior ou próximos de locais com atividade humana (domésticos ou peri-domésticos), sendo considerado criadouro os recipientes ou locais com condições para o desenvolvimento da fase aquática do mosquito (ovos, larva e pupa);

- Os criadouros do mosquito podem ser locais ou habitats naturais (por exemplo, buracos nas árvores e axilas das plantas) e contentores artificiais com água estagnada. Colocam os ovos durante o dia em água, de preferência pouco poluída, com material orgânico (por exemplo, folhas em decomposição, algas, etc.), em contentores com aberturas largas e revelam preferência por criadouros de cor escura e localizados à sombra;

- São postos ovos durante vários dias, em diversos recipientes de modo a garantir a sobrevivência dos mesmos, e podem resistir um ano à dessecação. Quando imersos em água e reunidas as condições ideais de temperatura, há a eclosão das larvas a partir dos ovos;

- Geralmente as larvas alimentam-se de pequenos organismos, algas e partículas de plantas ou animais existentes na água do criadouro;

- A cor das larvas e pupas depende da alimentação disponível no criadouro mas, por norma, surgem com uma cor clara e translucida e depois vão escurecendo.

- Todo o ciclo imaturo ou aquático (isto é, de ovo até adulto) pode ocorrer em apenas 7 dias, quando reunidas as condições ideais.

- A esperança de vida de um mosquito adulto é de cerca de 3 semanas;

- Nos países ou regiões mais frias, o Aedes aegypti geralmente não sobrevive durante o inverno mesmo sob a forma de ovo.

- Pode voar centenas de metros (não há consenso em distâncias, variando entre 100 metros e 500metros). O mosquito fêmea voa sempre maiores distâncias que o macho, uma vez que, se não tiver ao seu dispor pessoas para picar ou criadouros para colocar os ovos, desloca-se até os encontrar.

- Alimentam-se de néctar de plantas, sucos de frutas e outros açúcares de plantas, que são a sua principal fonte de energia.

O Aedes aegypti, a exemplo de outros mosquitos, tem um ciclo de vida complexo, com mudanças dramáticas a nível morfológico e ecológico.

As fêmeas depositam os seus ovos nas paredes internas de recipientes com água numa zona imediatamente acima desta. As larvas eclodem quando os ovos são imersos em água, como resultado de chuvas ou pela ação humana. Nos dias seguintes, as larvas alimentam-se de microorganismos e matéria orgânica presente na água, mudando de pele três vezes por forma a serem capazes de crescer, passando por quatro estádios de desenvolvimento larvar. Quando a larva adquire energia e tamanho suficiente e está já no quarto estádio, dá-se a metamorfose, passando de larva a pupa. As pupas não se alimentam, apenas mudam de forma até que o corpo do mosquito adulto se forme e irrompa a pele da pupa, emergindo da água. O ciclo de vida completo dura entre 8 a 10 dias à temperatura ambiente, dependendo da alimentação.

Assim, existe uma fase aquática (ovo, larva e pupa) e uma fase terrestre (mosquito adulto) no ciclo de vida do Aedes aegypti.

 

Os recipientes de água, naturais ou artificiais (depósitos de água, baldes, latas, caleiras, fontes ornamentais, bidões, vasilhas de água para os animais, etc.) que estão dentro ou próximos dos locais de habitação, são os habitats ideais para as fases imaturas deste mosquito. Esta espécie é também encontrada em coleções de água subterrânea como tanques sépticos, poços, e grelhas de escoamento de água.

O Aedes aegypti pica sobretudo durante o dia e os seus picos de atividade são no início da manhã e nas horas antes do anoitecer. Esta espécie é mais ativa aproximadamente duas horas após o nascer do sol e várias horas antes do pôr do sol, mas também pode picar durante a noite. 

Apenas as fêmeas picam para obter sangue para que possam produzir ovos. Estas podem picar várias pessoas durante cada período de alimentação sem que as vítimas se apercebam. Devido à sua estratégia, revelam, aproximando-se do hospedeiro pela retaguarda, quase inaudivelmente uma especial predileção pelos membros inferiores e superiores (tornozelos e cotovelos). O Aedes aegypti pica preferencialmente humanos mas também pode picar cães e outros animais, sobretudo mamíferos. 

É conhecida a presença do mosquito Aedes aegypti na Ilha da Madeira desde 2005, após identificação da espécie pelo Museu de História Natural do Funchal. A presença deste artrópode foi registada após muitas descrições da população da freguesia de Santa Luzia, no concelho do Funchal, sobre prurido e pápulas cutâneas que algumas pessoas relacionavam com picadas dum mosquito. Passados 7 anos da identificação do vetor, entre 26 de setembro de 2012 e 3 de fevereiro de 2013 ocorreu o primeiro surto de febre de Dengue nesta ilha, o primeiro na Europa desde 1928, após introdução de um agente com o Vírus.

Até à data, com base na rede de armadilhas de ovos de mosquitos montada em todos os concelhos do Arquipélago da Madeira pelo IASAÚDE, IP-RAM e pelo Museu de História Natural do Funchal, registou-se a presença do mosquito em todos os concelhos do sul da Ilha da Madeira, com consolidação de densidade de mosquitos nos concelhos do Funchal, Câmara de Lobos, Santa Cruz, Ponta do Sol e Calheta. Houve um único registo de presença no concelho de Porto Moniz, sem se ter registado a sua permanência.

Os dados recolhidos semanalmente pela rede de armadilhas de ovos de mosquito são geoprocessados de modo se realizar-se a modelação e análise espacial e identificar quais as zonas mais infestadas pelo mosquito. Um dos resultados deste geoprocessamento é a sequência semanal dos resultados, criando um filme com a evolução da atividade do mosquito ao longo de um ano. Este filme é a combinação semanal da vigilância entomológica do mosquito Aedes aegypti (presença/ausência de ovos e nº de ovos) com os dados meteorológicos da estação do Lazareto, disponibilizados pelo IPMA, para a época do mosquito entre a Semana 10 de 2014 e semana 9 de 2015.

O filme acima representa o resumo semanal da atividade do mosquito Aedes aegypti na época entomológica 2015/2016, com início na semana 10 de 2015 e termino na semana 9 de 2016, tendo como base as observações referentes à vigilância entomológica concretizadas pelo IASaúde em parceria com os restantes parceiros (Museu de História Natural do Funchal e Municípios). O gráfico no topo do filme apresenta as variáveis meteorológicas, Temperatura Média Diária e Precipitação Diária, que “regulam” a atividade do mosquito, e o número total de ovos semanais capturados, representados com o triângulo verde. Desta maneira confirma-se o aumento do número de ovos capturados pelas armadilhas (e consequente aumento de número de mosquitos) com temperaturas acima dos 21˚C. No mapa estão localizados com ponto colorido os resultados semanais de cada uma das 185 armadilhas. Com a cor vermelha estão representadas as armadilhas onde foram observadas presenças de ovos e com a cor verde as armadilhas onde se observou ausência de ovos. Com cor branca estão representadas as armadilhas sem observação nessa semana. A dimensão do ponto simboliza o número de ovos observados por cada armadilha. As isolinhas são o resultado da modelação espacial e representam as zonas com presença de mosquitos através dos valores acumulativos da presença de ovos por armadilha. As cores das isolinhas são exibidas desde verde nas áreas em que 15% das observações foram detetados ovos e com a cor vermelha as zonas até 60% das observações com resultado de presença. Assim, estas isolinhas vão-se moldando ao longo das semanas de acordo com os resultados acumulativos de presença/ausência de ovos. O final do filme reserva-nos um quadro-relatório com o resume de observações realizadas para os dois tipos de armadilhas e quantidades totais de ovos de mosquito e adultos mosquito capturados no decorrer desta época.

O Aedes aegypti é uma espécie com origem no continente africano, sendo considerada invasora na Ilha da Madeira. Hoje em dia, a sua distribuição mundial está associada a climas tropicais e subtropicais, encontrando as condições ideais em locais com temperaturas médias mensais de 10ºC nos meses mais frios (mês de janeiro no hemisfério norte e julho no hemisfério sul), correspondendo, aproximadamente às latitudes de 35ºN e 35ºS. Com aparições esporádicas fora destas latitudes, mas com dificuldade de ter uma população estabelecida (evidência de reprodução e hibernação) da espécie, no entanto, considerando as alterações climáticas globais previstas, o mosquito Aedes aegypti terá condições de expandir a sua presença para outros locais e, consequentemente as doenças transmitidas por este vetor, uma vez que o mosquito reproduz-se mais rapidamente e pica com mais frequência com o aumento da temperatura.

A sua propagação pelo mundo está associada, principalmente, à circulação de mercadoria e pessoas entre os vários países e continentes, proporcionando o transporte do vetor mosquito, nas várias fases de desenvolvimento. Outro dos fatores chaves da sua rápida expansão deve-se ao facto de se adaptar às zonas urbanas, com ótimo aproveitamento dos recipientes domésticos e peri-domésticos, com ou sem vegetação por perto, para se reproduzir e colocar ovos. Esta disseminação pode ser causada, não apenas pela migração ativa dos mosquitos, mas também pelo transporte passivo, nomeadamente em automóveis, navios, comboios e aviões.

Neste momento, o vetor Aedes aegypti encontra-se nos cinco continentes, tendo maior representação nos continentes africano, americano e asiático. Esta distribuição geográfica do vetor transmissor de várias doenças, como o Dengue, Febre-amarela, Chikungunya, Zika, entre outras, faz do Aedes aegypti um dos animais mais fatais do mundo. Para o despontar de um novo surto, para além da presença do vetor, é necessário a presença do agente (pessoa portadora do vírus). Por esta razão, de modo a evitar um novo surto na ilha da Madeira, se tiver conhecimento de emigrantes de regresso à Ilha da Madeira que vivam em zonas endémicas ou com surtos destas doenças ou estiver a planear viagem de férias ou trabalho para estes países, tenha atenção à picada do mosquito e previna-se com aplicação de repelente e redes mosquiteiras. Para mais informações, consulte o menu “Informação ao Viajante”.

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