Secretarias Regionais da Saúde e dos Assuntos Sociais articulam serviços

A estrutura, composição, condições de instalação, funcionamento e modelo de financiamento da Rede de Cuidados Continuados Integrados da Região Autónoma da Madeira (REDE) estão já definidos por uma portaria,

assinada pela Vice-presidência do Governo Regional e pelas Secretarias Regionais da Saúde e dos Assuntos Sociais, que deverá ser publicada brevemente.

A REDE, como é designada no diploma, articula serviços de saúde e de apoio social. Dar resposta às situações de 'abandono' de idosos e doentes dependentes nos hospitais, assegurando-lhes a continuidade de cuidados médicos e de apoio social noutras instituições, públicas e privadas, é um dos objetivos desta medida que põe me sintonia as duas Secretarias Regionais.

A gestão de altas será feita por equipas hospitalares multidisciplinares (as chamadas EGA), que passarão a existir nos hospitais do SESARAM.

Caberá a estas equipas (compostas por um médico, um enfermeiro e um assistente social) “o planeamento da alta relativamente a todos os doentes que necessitem de cuidados continuados integrados, imediatamente após um internamento hospitalar, bem como a todos os doentes que apresentem um grau de dependência que não lhes permita o regresso ao domicílio em condições de segurança ou aqueles em que seja necessária uma avaliação mais precisa do grau de dependência”.

A REDE integra unidades hospitalares, centros de saúde, serviços da segurança social (apoio domiciliário, por exemplo) e autarquias locais e abre a porta “a instituições privadas de solidariedade social, misericórdias, pessoas coletivas de utilidade pública e entidades privadas que prestem serviços de cuidados continuados de saúde e de apoio social, de harmonia com as regras legais aplicáveis”.

A coordenação e gestão regional vão ser asseguradas por uma equipa formada por um representante do Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE), um representante do Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM) e um profissional dos serviços de saúde ou da Segurança Social “de reconhecido mérito na área da gerontologia”.

Haverá também uma equipa de coordenação local, de âmbito concelhio ou através da agregação de concelhos por áreas geográficas. Estes elementos serão designados mediante parecer da coordenação regional.

A prestação de cuidados continuados, de acordo com o diploma, será prestada por unidades de internamento, unidades de ambulatório, equipas hospitalares (EGA) e equipas domiciliárias. São unidades de internamento, as unidades de convalescença, unidades de média duração e reabilitação e unidades de longa duração e manutenção.

Bernardete Vieira, antiga presidente do Instituto de Segurança Social, é a coordenadora da Unidade de Missão da REDE, cabendo-lhe fazer a ponte entre as duas Secretarias. Destacando este trabalho em uníssono, a assistente social sublinha a necessidade de uma intervenção urgente nas respostas sociais aos idosos, sendo que atualmente o número de cidadãos maiores de 65 anos é superior a 40 mil. Espera que com esta medida as camas dos hospitais passem a estar livres para as situações agudas a que se destinam e os idosos e doentes dependentes encontrem, nas unidades da REDE, o bem-estar e acompanhamento de que necessitam.

Atalaia vai ter mais assistentes

Pedro Ramos anunciou ontem que o Serviço Regional de Saúde vai contratar 40 novos assistentes operacionais e que sete serão para o Atalaia Living Care. O secretário regional deu a novidade numa reunião em que procurou tranquilizar a equipa da instituição que reclama de uma sobrecarga de trabalho. O governante destacou a importância daquela unidade na resposta às altas clínicas. No total, são 211 camas ocupadas em permanência e asseguradas por 45 enfermeiros, 72 assistentes operacionais e 35 técnicos.

Iolanda Chaves

In “JM-Madeira