O guia foi elaborado pela Organização Mundial da Saúde e contempla sugestões sobre como tornar as reuniões de trabalho mais saudáveis e sustentáveis. Por cá, a Direcção-Geral da Saúde diz que já aplicou as propostas num encontro em Évora.

Se uma reunião tiver menos de quatro horas, devem ser feitas pausas de hora a hora, durante três a cinco minutos, ou de duas em duas horas, por cinco a dez minutos. Nesses intervalos, os participantes devem levantar-se, fazer alongamentos e mexer-se. Se durar mais de quatro horas, então deve haver uma pausa de meia hora, para que se possa caminhar ou fazer exercícios de relaxamento ou alongamentos. A sugestão, uma de muitas do guia “Planear reuniões de trabalho saudáveis e sustentáveis”, é do Comité Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para incentivar a actividade física, há vários formatos de reuniões que podem ser aplicados, tendo em conta a duração e o tipo de participantes. Se for uma reunião curta, pode ser feita de pé. Ou, no caso de ser entre duas pessoas apenas, a sugestão é que seja feita a caminhar. O guia da OMS acaba de ser publicado.

Sobre a alimentação, as sugestões também são muitas (e concretas). Por exemplo, “as frutas frescas e vegetais da época devem sempre ser a base” dos snacks oferecidos; podem ser disponibilizados pauzinhos em vez de talheres para fazer com que as pessoas comam menos e mais devagar; e a água deve ser servida em abundância e pode juntar-se frutas frescas ou ervas aromáticas para lhe dar sabor. Além disso, devem eliminar-se as gorduras trans ao evitar produtos processados, fritos e bolos. Ler os rótulos é essencial “para assegurar que as gorduras trans e hidrogenadas não estão entre os ingredientes”.

Em celebrações da empresa pode organiza-se um bar de saladas e servir espetadas de fruta em vez de bolachas ou bolos.

O tabaco está fora de questão e o álcool também. Mas no caso de se querer servir bebidas espirituosas, então a OMS recomenda que se restrinjam as doses a apenas uma por pessoa e a ter sempre opções sem álcool.

Distribuir a comida que sobra

Quanto à sustentabilidade das reuniões, há vários aspectos a ter em conta. O local de reunião deve ser acessível de transportes públicos e bicicleta — e podem até organizar-se videoconferências para evitar deslocações desnecessárias. Importa também limitar a quantidade de papel utilizado, evitar servir as refeições em recipientes de plástico e preferir alimentos locais e sazonais. “Se as regulamentações do país permitirem, deve colaborar-se com as organizações locais para distribuir a comida que sobra.”

 “Cada reunião de trabalho é uma oportunidade de chamar a atenção — a participantes, outros trabalhadores e fornecedores de serviços — para os benefícios de uma dieta saudável, da actividade física regular e da adopção de práticas sustentáveis e que protegem o ambiente”, conclui a OMS.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) já terá aplicado as recomendações da OMS num encontro em Évora, a 29 de Junho. No site da DGS pode ler-se que durante uma conferência sobre envelhecimento activo, foram organizadas “duas sessões de actividade física” e um “coffee break composto por alimentos nutricionalmente saudáveis e equilibrados, tais como sandes em pão alentejano com queijo, ovo cozido, alface, tomate e queijo fresco; espetadas de fruta; e água, sumos naturais, café e chá”.

RITA MARQUES COSTA

In “Público”