Para todos os avós, seja avó ou avô:

Ser avó é receber a alegria e a esperança de um ser que está no início da vida. É poder reviver histórias e brincadeiras da sua infância e partilhá-las. Ser avó é ter a possibilidade de eternizar histórias, que passam de geração em geração

Ser avó é ficar com a melhor parte. Ser avó é mais “leve” do que ser pai. É poder dar amor a uma criança, sem a exigência de a disciplinar constantemente.

Na paternidade, coloca-se muito de si próprio nos filhos, as vivências de infância, a forma como se foi educado, as angústias, levando a um maior questionamento se está ou não a agir correctamente. Esta “invasão” de questões da própria infância, que ocorre naturalmente, pode influenciar as atitudes dos pais para com os filhos. Quando se é avó não se pensa tanto, a relação é mais livre, mais “fluída”, mais espontânea, menos “minada” de angústias. Ser avó é poder dar o melhor de si a uma criança.

Para os avós ter tido a experiência de educar uma pessoa que, consequentemente, tem a oportunidade de educar outra torna-se extremamente gratificante. Os avós podem ter bons conselhos para dar aos filhos sobre a paternidade. Numa era em que toda a gente opina sobre a melhor forma de educar é importante ouvir a experiência dos avós, os melhores conhecedores da história dos próprios filhos.

Mas, esta é uma questão que por vezes gera conflito entre avós e filhos, e que deverá ser mediada por ambas as partes, com compreensão e bom-senso. Quando os avós dão conselhos constantemente, os filhos podem encarar como uma crítica à forma como educam. Estes conselhos devem ser considerados como uma tentativa de ajuda por parte dos avós. Por outro lado, os avós devem atenuar a ansiedade de darem conselhos constantemente, uma vez que também é importante que os filhos tomem as suas próprias decisões (ainda que, por vezes, possam não ser as mais acertadas…) e que cometam os seus próprios erros. Educar é errar e voltar a tentar.

Avós que valorizam os filhos sobre a forma como exercem a paternidade dão um enorme contributo para a sua auto-estima, e, por conseguinte, para a educação dos netos. É importante que os avós se “emprestem” como modelos, como bons exemplos. A observação é a mais poderosa ferramenta de aprendizagem, tanto para os pais como para as crianças.

No frenesim do dia-a-dia, os avós são um bom suporte, por vezes apenas emocional, mas muitas vezes de uma forma mais prática, o que se torna numa ajuda preciosa. Alguns avós possibilitam que os pais continuem a ter momentos a dois, importantes para uma relação conjugal saudável, permitindo-lhes também desfrutar em exclusivo da companhia dos netos.

Apesar de os avós modernos terem uma vida laboral ativa até mais tarde, momentos de partilha entre avós e netos são muito importantes. Os avós permitem que se criem rituais, como por exemplo, a reunião da família num almoço de aniversário. Para as crianças, o contacto com os avós é muito valioso, pois permite-lhes aprender a respeitar desde cedo, pessoas com mais experiência de vida. Este contacto com os avós dá-lhes também a possibilidade de ouvirem histórias sobre os seus pais, o que fará com que haja uma melhor compreensão da própria história de vida.

Crie rotinas com os seus netos, faça com que se sintam especiais (porque realmente o são), partilhe histórias, despenda tempo com cada um individualmente, divirta-se! Estará a criar momentos únicos que ficarão para sempre na memória de todos

Ana dos Santos  Psicóloga Clínica

In “Saúde Online