Até 2020, os esforços vão dirigir-se para o único dos objetivos que ainda não foi atingido: ter 90% dos doentes diagnosticados em tratamento. País está agora na linha da frente no combate à infeção na Europa.

Mais de 90% das pessoas com VIH estão diagnosticadas e mais de 90% das que estão em tratamento já não transmitem a infeção, anunciou hoje o secretário de Estado da Saúde, considerando que se trata de um “dia histórico”. Portugal tinha até 2020 para conseguir atingir aqueles dois objetivos definidos pelo programa das Nações Unidas para o VIH/sida (ONUSIDA), conhecido como 90-90-90.

 “Hoje é um dia histórico em que Portugal alcançou dois dos três” objetivos estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), afirmou o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, em entrevista à agência Lusa, a propósito do divulgação dos mais recentes dados sobre esta doença.

Com a identificação dos doentes, será mais fácil para os serviços de saúde conseguirem encaminhar as pessoas para os tratamentos, explicou. Ter 90% dos doentes diagnosticados em tratamento é precisamente o objetivo do programa que falta a Portugal, mas Fernando Araujo acredita que tal poderá acontecer ainda este ano.

É que os dados agora revelados dizem respeito a 2016, altura em que havia já 87% dos doentes diagnosticados e Fernando Araújo lembro que foi precisamente nesse ano que se começou a generalizar o uso da terapêutica anti retrovírica para todos os infetados. “A nossa espectativa é que, eventualmente, em 2017 ou em 2018 podemos vir seguramente a atingir este 90 e ser um dos países mais avançados nesta área”, afirmou.

Com estes resultados, Portugal fica entre o restrito grupo de países europeus com os melhores resultados na luta contra a sida, sublinhou por seu turno o coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da OMS, Masoud Dara, também em entrevista à agência Lusa.

Portugal surge como um caso de sucesso, até porque começou o programa com números assustadores: “Parimos com uma base desfavorável e temos vindo ao longo dos anos a construir respostas adequadas para atingir esses objetivos”.

Nos finais dos anos 1980 e inícios dos anos 1990, Portugal era um dos países europeus onde surgiam mais novos casos de infeção, uma realidade que veio a diminuir ano após ano.

Nos últimos anos, equipas do Ministério da Saúde fizeram uma recolha de dados a nível nacional, tendo voltado a notificar todos os casos para perceber o que se passava. No final, perceberam que muitos tinham morrido, outros estavam hospitalizados, outros tinham regressado, explicou o governante

In “Saúde Online