No ano passado, a taxa no SESARAM foi de 8,3%, abaixo da taxa média nacional de 8,9%

Em 2017, as infecções hospitalares no Serviço de Saúde da Região (SESARAM) registaram uma redução na ordem dos 6,1% relativamente aos dados de 2012.

 

No ano passado, a prevalência de doentes com infecção hospitalar foi de 8,3%, aproximando-se assim os hospitais da Região das taxas europeias (que variam entre 5 a 10%) e situando-se ligeiramente abaixo da taxa média nacional de 8,9 por cento.

 

Esta é a principal conclusão dos resultados preliminares do Inquérito de Prevalência de Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde e Uso de Antimicrobianos nos hospitais de agudos na Europa, que decorreu no ano passado nos dois hospitais públicos da Região (Dr. Nélio Mendonça e Marmeleiros) e que foi realizado de acordo com o protocolo europeu (Point prevalence survey of healthcare-associated infections and antimicrobial use in European acute care hospital), sob orientação da Direcção Geral de Saúde e do ECDC (European Center for Disease Prevention and Control).

 

No âmbito deste inquérito, foram analisados um total de 590 doentes correspondendo a 87,4% dos utentes internados à data. Prevê-se que à semelhança do que sucedeu a nível nacional aquando da validação final dos resultados, que revelou uma redução das taxas relativamente aos dados preliminares, o mesmo suceda na Região.

 

Ao DIÁRIO, o Presidente do Governo Regional mostra-se satisfeito com os resultados obtidos, sublinhando que estes constituem uma importante evolução na qualidade e na segurança dos cuidados de saúde na Região e resultam do grande empenho dos nossos profissionais de saúde, na adesão às medidas gerais de prevenção e controlo de infecção.

 

Miguel Albuquerque valoriza assim os dados recentemente conhecidos, acrescentando que, como é do conhecimento público, “a prevenção, o controlo e a redução das infecções hospitalares é um dos maiores desafios de qualquer hospital, e ao que a Madeira não é alheia”.

 

Daí que recorde que este tem sido também um compromisso político assumido por este Governo Regional, no âmbito da sua política de saúde. “A qualidade e a segurança dos doentes e dos tratamentos é a nossa maior preocupação. Somos ambiciosos e caminhamos para sermos um centro hospitalar de referência na prevenção e controlo das infecções hospitalares, reforçando a qualidade e a segurança dos nossos cuidados”, diz ainda o Presidente do Governo Regional.

 

SESARAM em projecto nacional

 

Em 2015, o SESARAM foi um dos 12 hospitais nacionais seleccionados para integrar o ‘Stop Infecção Hospitalar’, um projecto de Prevenção e Controlo de Infecção e de Resistência aos Antimicrobianos promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, por ter em funcionamento um programa de prevenção e controlo da infecção e resistência aos antimicrobianos e cumprir todos os programas de vigilância epidemiológica obrigatórios.

 

O desafio lançado pela fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do referido projecto passa por reduzir em 50% a incidência das infecções hospitalares, durante um período de 3 anos. Em 2013, refira-se, os dados da Direcção Geral de Saúde apontavam para uma prevalência nacional de 10,5%, quase o dobro da taxa média dos países europeus que à data era de 5, 7%.

 

Aquando da apresentação do projecto ‘Stop Infecção Hospitalar’, era referido que, apesar das melhorias, “as infecções hospitalares mantêm-se, todavia, como um problema major de saúde pública, o que justifica a iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e do Ministério da Saúde num esforço comum para reduzir as infecções adquiridas em 12 hospitais, utilizando uma metodologia que, quando bem-sucedida, deve ser replicada e induzir uma mudança no sentido da melhoria da segurança do doente em Portugal.

 

No âmbito do projecto serão objecto de intervenção: as infecções nosocomiais da corrente sanguínea associadas a catéter vascular central, as infecções nosocomiais da corrente sanguínea associadas a algaliação (bacterémia secundária a algaliação), as pneumonias associadas à intubação em Unidades de Cuidados Intensivos e as infecções do local cirúrgico.

 

In “Diário de Notícias”