No início de um Novo Ano surge sempre um surto repentino de querermos ser melhores e um conjunto de resoluções a colocar em prática em cada um dos novos 365 dias. Nada disto está mal, pode servir como um catalisador que nos ajuda a perceber o nosso comportamento e atitudes e se temos de implementar mudanças em nós mesmos.

 

A questão é se esse ímpeto em mudar permanece passado algum tempo. E é esse exercício que vos convido a fazer. Será que no início da segunda semana de janeiro ainda temos essa energia e convicção em colocar em prática as resoluções do Novo Ano? Estes momentos de reflexão podem ser um bom ponto de partida para encetarmos novos hábitos! Não basta querer, se não começarmos, caso contrário, levar-nos-á não apenas a lado nenhum mas principalmente à frustração.

 

Uma outra resolução que se coloca quase sempre no início de cada Novo Ano é a busca da felicidade. E não raras vezes verbalizamos “Esse ano vou ser feliz”, e este é um desejo que está presente em muitos dos “pedidos” de todos nós. E a pergunta que se coloca, passado uma semana, é: o que já fizemos para atingirmos essa mesma felicidade, se é que é uma questão de se atingir ou de se viver. A felicidade depende do que colocamos em prática vivendo o dia a dia ou depende da viragem de um ano para o outro? Foquemo-nos em nós, que sejamos capazes de colocar em prática as nossas resoluções, e que elas sejam positivas para a nossa saúde física e mental, como o começar a fazer desporto, a nos proporcionarmos momentos de reflexão, de auto conhecimento, de encontro com a natureza, mas também momentos de encontro com os outros, a criação de espaços relacionais e ligações positivas, sejam elas de amizade, familiares ou íntimas, que contribuam para o nosso bem estar. A natureza humana busca o prazer e o bem estar com nós próprios e com os outros. Porém, em alguns momentos, torna-se difícil atingir esse patamar de felicidade a que nos propusemos, e, não obstante, podemos compensar de um modo menos adequado. E é aí que o nosso sistema de recompensa do cérebro entra, ao tentar compensar de outras formas os índices de satisfação com a vida. O vínculo a tudo aquilo que nos possa controlar, condicionar, afetar negativamente algumas esferas da nossa vida será sempre prejudicial. Exemplo disso é a manutenção de hábitos como o fumar, o consumir bebidas alcoólicas em excesso ou o criar uma dependência do consumo de qualquer outra substância psicoativa. Mas também é exemplo a manutenção de outros hábitos prejudiciais à nossa saúde, como o sedentarismo, a prática de uma alimentação não equilibrada, e de hábitos relacionais prejudiciais.

 

O que vos desejo, não em mais um ano, mas em cada dia deste Novo Ano, é que façam boas escolhas, não só para a vossa saúde mas principalmente para a Vida.

 

BEBIANA RIBEIRO

 

Psicóloga

 

In “JM-Madeira