Centros de saúde encerrados nos feriados e descompensações na origem da grande afluência ao Hospital

Os funcionários do Hospital Dr. Nélio Mendonça têm vivido dias caóticos, consequência da elevada afluência às urgências.

Descompensações e exageros típicos da época natalícia, sobretudo ao nível da alimentação, estiveram na origem de muitas das idas ao Hospital do Funchal já que, com os feriados de Natal e de Fim de Ano, muitos centros de saúde da Região estiveram encerrados.

Por essa altura, registou-se uma média de 400 atendimentos diários, sendo que quase metade das situações referiam-se a casos pouco urgentes. Entre 23 de dezembro e 5 de janeiro, terão dado entrada nas urgências, cerca de 5 mil pessoas.

 

 

Segundo a diretora do Serviço de Urgência do SESARAM, a maioria dos utentes tem recorrido ao Hospital devido a patologias respiratórias, dores abdominais e diarreias. “Esta afluência, neste momento, não tem nada a ver com a gripe”, sublinhou Carmo Caldeira, adiantando que esses números são, por agora, muito residuais.

 

“A situação repete-se sempre que se fecham os centros de saúde, porque as pessoas não têm muitas alternativas”, disse, lembrando, contudo, que a Região conta com três centros de saúde operacionais durante 24 horas, nomeadamente os centros de Saúde da Calheta, de São Vicente e de Machico, para além dos restantes centros de saúde que dispõem de serviço de urgência, com horário limitado, e que damos a conhecer na tabela que ilustra este artigo.

 

“Essas são alternativas que as pessoas devem procurar de maneira a facilitar a vida a todos”, sublinhou a diretora do Serviço de Urgência do SESARAM, lembrando que o Hospital do Funchal é o único capaz de tratar de patologias mesmos graves. “Temos de nos salvaguardar para esses casos”, acrescentou Carmo Caldeira, explicando que “tamanha afluência bloqueia o sistema”.

 

Além disso, sublinhou, “a média de idade é hoje mais alargada e, nesse sentido, se vierem parar às urgências pessoas mais idosas, com 80 ou 90 anos, a probabilidade é que venham

 

de maca, o que, só por si, já ocupa mais espaço, implica mais tempo e mais recursos, até porque normalmente essas pessoas têm outras doenças associadas e temos de procurar as suas causas”. JM

 

CENTROS DE SAÚDE DEVEM SER ALTERNATIVA AO HOSPITAL

 

O SESARAM tem apelado à população para que, nas situações menos graves, recorra num primeiro momento aos centros de saúde da área de residência para atendimento nas vagas do dia, consultas de recurso, ou aos centros de saúde com serviço de atendimento urgente.

 

Para além dos serviços que funcionam a tempo inteiro, como os centros de Saúde da Calheta, de São Vicente e de Machico, o Centro de Saúde de Câmara de Lobos funciona com serviço de urgência das 16 às 23 horas, nos dias úteis, e das 9 às 23 horas, aos fins de semana e feriados. O mesmo serviço funciona no Centro de Saúde do Porto Moniz nos dias úteis, das 8 às 20 horas. Na Ribeira Brava, o centro de saúde dispõe todos os dias do serviço de urgência, das 8 às 23 horas e, em Santana, das 8 às 22 horas.

 

SESARAM preparado para ativar Plano de Contingência para a Gripe devido às baixas temperaturas

 

Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) prevê que dentro de duas semanas possa vir a accionar o Plano de Contingência para a Gripe, a exemplo do que já se começou a verificar em vários hospitais do País.

 

“Uma vez que as previsões O apontam para uma descida das temperaturas, é provável que isso também aconteça na Região dentro das próximas duas semanas”, disse, ao JM, a diretora do Serviço de Urgência do SESARAM, adiantando que “os serviços têm já tudo organizado para accionar o Plano, assim que houver números que o justifiquem”.

 

Até à data, sublinhou Carmo Caldeira, “os números de gripe têm sido residuais, muito inferiores a 10%, e não têm nada a ver com a grande afluência que se tem assistido nas urgências”.

 

De acordo com uma notícia do Público, o Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui Santa Maria), registou mais de 900 episódios de urgência em 24 horas, entre quarta-feira e quinta-feira, tendo tamanha procura obrigado a administração a disponibilizar mais camas para o internamento, para dar resposta aos doentes. JM

 

Susy Lobato

 

In “JM-Madeira