A Saúde é um dos principais valores que nós temos, é um bem que devemos prezar em todo o percurso da nossa Vida, no entanto enquanto indivíduos temos muitos comportamentos que são contrários a este valor.

 

Beber bebidas alcoólicas e fumar cigarros são comportamentos que em nada valorizam a saúde. Em Portugal, existem leis que restringem o consumo destas substâncias, no entanto, a lei é transgredida. Pelos jovens, muitas vezes por desafio de fazer algo proibido, mas também pelos adultos que reforçam estes comportamentos: 

Desde os 10 anos que a Tânia bebia pequenas quantidades de bebidas alcoólicas, em ocasiões especiais para a família. Ela começou a beber com os amigos aos 15 anos;

A Valentina detestava o tabaco, especialmente quando ia no carro com os pais. Sentia-se sufocada pelo fumo e colocava a cabeça de fora da janela para apanhar ar. Queria que eles soubessem como se sentia, mas eles sempre agiam como se ela estivesse a exagerar. A Valentina começou a fumar aos 13 anos.

Este tipo de situações acontecem por todo o lado e de alguma forma condicionam o comportamento futuro destes e de outros jovens que passam por situações semelhantes. O fácil acesso à substância é um dos principais fatores que levam ao uso e abuso das mesmas.

Atualmente, em Portugal a lei proíbe a venda de tabaco e também de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Devíamos pensar nas razões pelas quais os governos, em todo o mundo, criam leis restritivas relacionadas com estas substâncias psicoativas legais.

No entanto temos adultos que facilitam aos jovens o acesso a estas substâncias (álcool e tabaco) causando danos à saúde dos mesmos e daqueles que os rodeiam. Seria importante questionar as razões pelos quais a lei existe. E eu questiono: será que é necessário que o governo crie leis para proteger as pessoas de si próprias, do seu comportamento de risco para a sua saúde e bem-estar? Mais do que prejudicar o bem-estar individual, é permitir que jovens (muitas vezes ainda não têm consciência dos riscos) ponham em risco, não só a sua Saúde, mas também o desenvolvimento do bem-estar físico e mental. Hoje em dia sabemos que o fígado só está completamente desenvolvido quando atingimos os 18 anos, e no que diz respeito ao cérebro os cientistas apontam entre os 21 e os 25 anos.

No sentido de evitar a exposição dos jovens aos riscos há campanhas dirigidas aos jovens para prevenir o consumo de substâncias psicoativas, em particular, o álcool e o tabaco. Existem iniciativas preventivas dirigidas aos adultos de modo a reduzir o consumo excessivo e sensibilizar para o tratamento os que estão dependentes.

Por toda a informação disponibilizada à população seria importante pensarmos em cuidar mais a Saúde como Valor.

 

NAZARÉ DE FREITAS

 

Animadora Educativa e Sociocultural Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências

 

In “Jornal da Madeira”